Eu me recordo da época que eu ia viajar a trabalho (Caixa Econômica/MZ - Brasília), mesmo que fosse para ficar um dia, eu tinha que levar uma mala com pelo menos dois a três pares de meias finas, pares de sapatos extra, várias roupas que combinassem e um monte de tranqueira. As unhas, sobrancelhas, cabelos, tinham que estar impecáveis. Eu vivia estressada para dar conta de tudo. Com agenda de trabalho lotada, pouco tempo sobrava para diversão. O resultado foi um assustador AVCi. Hoje, felizmente, 99,9% superado.
Momentos na Caixa |
Mas o que foi que mudou além dos fios de cabelo branco extras que ganhei, novas rugas enfeitando a minha pele e um pouco de volume corporal? Vamos lá, ... antigamente eu tinha a esperança que um príncipe encantado ia surgir do nada, me tirar da "floresta" e me levar para o seu "castelo". Hoje eu espero um (a) amigo (a) me tirar do meu "castelo" e me levar para a "floresta" (literalmente) para ver passarinhos ... simples assim.
Tanta coisa deixou de ser relevante. Foram grandes e
sutis mudanças, tanto fisicamente como na alma. Nem todas fáceis de
entender e aceitar. Algumas parecem simples, como mudar a cor dos cabelos. Além de ser um
jeito de disfarçar os brancos que não param de se instalar (he he he he), sempre
reflete um processo de mudança interna. Chega um momento em que a gente passa a
viver as mudanças de humores com mais segurança, sem deixar mexer tanto com a auto-estima.
No decorrer da nossa vida perdemos muito tempo batalhando
com nossa bagagem emocional, colocada em nós desde que viemos ao mundo, ou até
antes disso. Gastamos além de tempo, muita energia. E quando cresce, a gente recebe um
bombardeio de cobranças, tanto das pessoas ao nosso redor, como do próprio
mundo, que tenta nos impor formas de ser e parecer: bonita, gostosa, pele lisa,
cabelos sedosos e brilhantes, corpo escultural, maquiagem 24 horas por dia, roupas
top de linha, primeira em tudo, fluente nisso, fluente naquilo, mestre nisso, doutora naquilo, etc, e para cada exigência dessas, lógico existe um produtinho ou curso miraculoso pronto pra deixar você "perfeita" embora com os bolsos
vazios e a cabeça cheia. Agora eu pergunto: perfeita pra que?
Produção? Só para fazer look de passarinho |
Ficamos anos e anos procurando "o fio da meada"
para desenrolar o novelo, até que um dia percebemos que não nos resta muito tempo
para isso. Por vezes insistimos em coisas e pessoas que não nos servem ou que não foram
feitas para nós. Quando aceitamos que nem tudo foi feito pra gente, que as
inseguranças do passado não merecem sobreviver, aprendemos a descartar tudo
isso e a não depender da aprovação alheia para sermos felizes.
Aceitando a vida como ela é conseguimos seguir adiante, buscando
e experimentando novas sensações. É preciso trazer para o nosso dia a dia coisas que
nos deem prazer e paz.
E isso não é fácil. Muitos vezes temos que abrir mão dos nossos desejos e sonhos, de pessoas, de lugares, de trabalhos e até das nossas manias...Aliados a isso precisamos deixar de menosprezar nossos feitos e conquistas. É trabalho de formiguinha, com muitas "idas e vindas". E por isso um constante aprendizado. É preciso se livrar das culpas, dos pesos extras (e não falo de gordura corporal não). Para prosseguir é preciso bagagem leve, entender que nada é eterno, tudo é mutável e que não se pode controlar tudo.
É preciso antes de tudo coragem para entender que o universo é infinito, porém nosso tempo é finito. O tempo presente é o único que temos, por isso ele se chama “presente”. Tento fazer desse presente meu maior presente, livrando-me daquilo que ainda pesa para poder seguir mais leve.
Esse ano resolvi esvaziar metade da minha casa, e consegui me livrar de muita coisa, de muito apego. Isso ajudou muito meu emocional. Ano a ano venho fazendo com que minha agenda seja preenchida daquilo que traz paz ao meu espírito, que não me encha de pesos desnecessários. Ah! Você deve pensar, depois de aposentada é fácil falar isso. Mas comece aos poucos... vá se libertando, se desapegando...
Já experimentou tirar seus sapatos no trabalho? É libertador ... experimente!
Por menos sapatos de salto e mais pés descalços. Mais cabelos desarrumados e mais flores no caminho. Menos modos e mais liberdade.
E isso não é fácil. Muitos vezes temos que abrir mão dos nossos desejos e sonhos, de pessoas, de lugares, de trabalhos e até das nossas manias...Aliados a isso precisamos deixar de menosprezar nossos feitos e conquistas. É trabalho de formiguinha, com muitas "idas e vindas". E por isso um constante aprendizado. É preciso se livrar das culpas, dos pesos extras (e não falo de gordura corporal não). Para prosseguir é preciso bagagem leve, entender que nada é eterno, tudo é mutável e que não se pode controlar tudo.
Ninféia Rosa (Nymphaea rubra) |
É preciso antes de tudo coragem para entender que o universo é infinito, porém nosso tempo é finito. O tempo presente é o único que temos, por isso ele se chama “presente”. Tento fazer desse presente meu maior presente, livrando-me daquilo que ainda pesa para poder seguir mais leve.
Esse ano resolvi esvaziar metade da minha casa, e consegui me livrar de muita coisa, de muito apego. Isso ajudou muito meu emocional. Ano a ano venho fazendo com que minha agenda seja preenchida daquilo que traz paz ao meu espírito, que não me encha de pesos desnecessários. Ah! Você deve pensar, depois de aposentada é fácil falar isso. Mas comece aos poucos... vá se libertando, se desapegando...
Já experimentou tirar seus sapatos no trabalho? É libertador ... experimente!
Trabalhando sem sapatos - Foto antiga feita por um amigo na Caixa em Brasília |
Por menos sapatos de salto e mais pés descalços. Mais cabelos desarrumados e mais flores no caminho. Menos modos e mais liberdade.
Menos frescuras e mais risadas. Mais kkkkkkkk e menos
mi-mi-mi.
Mas voltando à minha mala e a facilidade e praticidade em
se viajar mais leve sem que falte nada. Como organizar isso. Primeiro, defina
os objetivos da viagem e como vai estar o tempo e a temperatura no local. No
meu caso é fotografar passarinho e o principal é o equipamento e seus
acessórios. Isso é imprescindível. Calculo a quantidade de roupa pelos dias que
vou ficar. Dependendo da viagem (muitos deslocamentos ou não), calculo se eu posso lavar roupas no caminho ou não. Se não
der para lavar, levo uma blusa de passarinhar para cada dia, duas calças de
passarinhar, umas duas blusinhas bem fininhas para por na hora do jantar, se
for o caso.
Na maior parte do tempo, eu chego do mato, janto, tomo banho e vou dormir. Perneiras é imprescindível. A minha é de tecido balístico e fácil de levar. Levo boné ou chapéu de pano e uma capa de chuva. Uma bota de caminhada, uma chinela e uma sapatilha são suficientes. Meias grossas, um pijama levinho e roupa íntima para uso diário. Vai tudo em saquinhos com zíper. Findo isso, três nécessaires são preparadas: uma contendo itens de toalete, outra com repelentes diversos, e a última com remédios que uso ou que poderei usar numa emergência. O tripé depende da conversa com o guia. Se ele achar que vai ser necessário eu levo, caso contrário é um peso a menos.
Na maior parte do tempo, eu chego do mato, janto, tomo banho e vou dormir. Perneiras é imprescindível. A minha é de tecido balístico e fácil de levar. Levo boné ou chapéu de pano e uma capa de chuva. Uma bota de caminhada, uma chinela e uma sapatilha são suficientes. Meias grossas, um pijama levinho e roupa íntima para uso diário. Vai tudo em saquinhos com zíper. Findo isso, três nécessaires são preparadas: uma contendo itens de toalete, outra com repelentes diversos, e a última com remédios que uso ou que poderei usar numa emergência. O tripé depende da conversa com o guia. Se ele achar que vai ser necessário eu levo, caso contrário é um peso a menos.
Falando em diversão...ouça, a seguir, a música do Titãs - Diversão.
Link caso não abrir o vídeo: https://youtu.be/sJTv8CbNV5o
Link caso não abrir o vídeo: https://youtu.be/sJTv8CbNV5o
*
**
Adorei as dicas!
ResponderExcluir