Promessa é dívida! Esse post é especial, pois essa expedição foi para lá de especial. Continue lendo e você vai saber o porque.
Miguel Nema, Larissa Nema, eu e Patrick Pina no topo do Asteróide nº B 612 🙃😁🌍 Foto: Arquivo pessoal Patrick Pina |
Conheci lugares incríveis. Meus olhos e lentes se deslumbraram em várias ocasiões. Cheguei em 2022 com uma sensação muito boa, sabendo que tenho muito chão ainda, mas que estou pronta para muito mais. Que venha, então!!!!
Mas vamos falar do segundo semestre de 2021. Por incrível que pareça acabou sendo muito proveitoso. Tirando fora a pandemia e mesmo tendo deixado de acreditar em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa e Príncipe Encantado, tive momentos luminosos e de muita alegria. 🥰🥰🥰🥰
No dia 11 de julho de 2021 pude fazer uma fantástica saída pelágica chamada de Expedição "Água Prometida". Ela foi organizada pelo amigo Fábio Barata junto com o Capitão Gustavo Ximango, com total apoio dos amigos Marcelo e Patrick Pina e assessoria do mestre Fabio Olmos. Você pode ler tudo sobre essa saída clicando aqui. 👈
E foi nesta saída pelágica que eu e Patrick Pina combinamos de finalmente realizar a Expedição Litoral Norte que há muito tempo a gente vinha ensaiando. Para quem não sabe, estou acostumada a fazer expedições tendo em vista as aves que quero registrar pela primeira vez ou então rever. Desta feita, não havia nada disso.
Eu tinha assumido um compromisso com o Gestor do Parque Estadual da Serra do Mar - Núcleo Caraguatatuba (PESM-NuCar) PESM, o Miguel Nema, que iria conhecer o Parque, uma vez que sempre passava direto quando ia até Ubatuba, São Sebastião ou Ilhabela.
Ele e o Patrick Pina vinham apresentando no Canal Avistar Conecta a série Avistar UC's (veja abaixo como foi a live UCs do Litoral Norte - PESM - Núcleo Caraguatatuba com os dois e equipe, transmitida em 14/11/2020).
A hora tinha chegado. Eu combinei com os dois e recebi do Patrick a seguinte pergunta: "que aves você gostaria de ver no Litoral Norte?"
A nova Silvia, renascida no meio da pandemia, apenas respondeu: quero dias de paz, de respirar ar puro, presentear meus olhos com coisas bonitas, sem compromissos de horário ou lugares. Decida por mim o que iremos fazer, onde e quando. Eu confio no seu conhecimento e seu profissionalismo.
01 set 2021 - quarta-feira
Com uma paradinha para o café e muita cautela ao descer a serra, eu demorei em torno de 4 horas para chegar. Há muitos caminhões descendo a 20 km/h com pouquíssimas chances de ultrapassagem e isso acaba fazendo a gente ir mais devagar do que gostaria.
Paradinha para um café na metade do caminho Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Foto: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares e Patrick Pina |
Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
Na sequência algumas dos fotos da primeira lista (lembrando que tem link para as listas com todas as fotos ao final): batuíra-de-bando (Charadrius semipalmatus), maçarico-branco (Calidris alba), gaivotão (Larus dominicanus), garajau-real ou trinta-réis-real (Thalasseus maximus), trinta-réis-de-bando (Thalasseus sandvicensis), talha-mar (Rynchops niger), fragata (Fregata magnificens), garça-branca-grande (Ardea alba) e garça-branca-pequena (Egretta thula).
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
Exuberantes paisagens formam os remanescentes de Mata Atlântica presentes no Núcleo, como os mananciais da represa de Paraibuna, as matas de encosta, os rios, as cachoeiras e os belíssimos cenários vistos da Rodovia dos Tamoios (SP-099) e da Estrada do Rio Pardo.
Três municípios paulistas fazem parte do núcleo: Caraguatatuba, Natividade da Serra e Paraibuna.
Seu nome, homônimo à cidade litorânea, tem referência na planta caraguatá (Bromelia pinguin), que significa “planta espinhosa” na língua Tupi. O termo “tuba”, que equivale a “muito”, completa a palavra e seu sentido: região onde existem caraguatás em abundância.
As vigilantes Jenifer e Lourdes Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
O meu carro "Ruber Ramphocelus" descansando, protegido no alojamento Foto: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Enquanto a gente aguardava o motoboy trazer o jantar Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
Bokermannohyla hylax Foto: arquivo pessoal Silvia Linhares |
02 set 2021 - quinta-feira
Que noite super bem dormida eu tive. Gente, nada como um show ao vivo! Formavam a banda sapos, grilos e aves noturnas. Já quero ter os sons desta "banda florestal" na minha play-list - é gostoso demais ... - só uma aparte: se o Patrick roncou no outro quarto, eu juro, não ouvi nadinha. 🤣🤣🤣🤣
Acordamos muito cedo e o Patrick preparou nosso café da manhã e serviu no Espaço Silvia Linhares.
Espaço Silvia Linhares Foto: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
O "problema" no café da manhã ficou por conta do "orgasminho da mata atlântica"! Ãh!? O quê? Explico já: um "passarinho" chamado capitão-de-saíra (Attila rufus), estava fazendo ninho ao lado do Espaço Silvia Linhares e descia até o chão para apanhar material.
Devido à sua vocalização muito diferenciada, o Patrick o apelidou assim. Clique aqui e ouça no site Wikiaves para entender melhor esse "batismo". 😱🤔🤭😄😁😂
O problema era que a gente não sabia se comia ou se fotografava o ir e vir dele que estava super fofo.
Eu e Miguel registrando o capitão-de-saíra Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
capitão-de-saíra (Attila rufus) Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Um belo surucuá-grande-de-barriga-amarela (Trogon viridis) também compareceu para nossa alegria e foi motivo de nova distração.
surucuá-grande-de-barriga-amarela (Trogon viridis) Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares e Patrick Pina |
Print do tracking da lista do e-Bird Arquivo pessoal Silvia Linhares |
Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
E o que fomos encontrando pelo caminho? Embora houvesse poucas aves nesse dia, havia muitas flores, borboletas, muita paz e muitos risos.
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Foto: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Foto: arquivo pessoal Miguel Nema |
Foto: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Alguém é servido? Foto: arquivo pessoal Silvia Linhares |
E quando a gente alcança o topo, o que tem para fazer além de olhar em volta ? Respirar fundo e ficar feliz. Precisa mais que isso?
Foto: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Às vezes um casal de gavião-tesoura (Elanoides forficatus) nos circulava e a gente registrava indo de um lado para o outro. Nunca tinha visto eles de cima para baixo. Mas isso requeria malabarismo, falo por mim, pois tinha medo de errar o passo na empolgação e escorregar ladeira abaixo - coisas de Silvia. 😂😂😂😂
Fotos: arquivo pessoal Miguel Nema |
gavião-tesoura (Elanoides forficatus) Foto: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Falando em equilíbrio, meus companheiros de aventura não estavam pra brincadeiras ou melhor dizendo, só estavam para brincadeiras. 😂😂😂😂
Foto: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Era tudo tão mágico que se um de nós saísse voando eu nem estranharia. Falando em mágica, ... então ... nesse dia eu vi até uma harpia voando nesse mirante.
Foto: arquivo pessoal Miguel Nema |
Foto: arquivo pessoal Miguel Nema |
Eu tentando levantar voo com a ajuda do Patrick Foto: arquivo pessoal Miguel Nema |
"A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!"
Foto: arquivo pessoal Silvia Linhares by Patrick |
Ilustração: autor desconhecido |
Patrick não nos levou ali apenas para ver aves. Fomos ali para viver uma experiência extra-sensorial, que ultrapassou todos os limites dos sentidos. Isso que eu chamo de presente.
Foto: arquivo pessoal Miguel Nema |
03 set 2021 - sexta-feira
Rotina de passarinheiro é contínua e, algumas ações embora repetitivas, como acordar cedo, preparar a tralha, tomar café, tem vezes que o dia nos reservas algumas surpresas. Essa é a melhor parte.
Quer saber como pode fica melhor? O Patrick caprichou no nosso desjejum. Nesse dia tinha pão com ovo, o "salvador da humanidade".
Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
Logo em seguida saímos percorrer as trilhas ao lado da sede. Estava a turma toda, Miguel, Patrick e os monitores ambientais do Parque: Vanessa Trally, Cayo Môra e Tiago Saturnino. Um passarinheiro iniciante chamado Jaime nos acompanhou. Todos muito simpáticos e atenciosos.
Foto: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Tá todo mundo na foto? Então lá vai... 5,4,3,2,1... Foto: arquivo pessoal Silvia Linhares |
No mosaico abaixo, a placa de bem vindo ao Parque, o alojamento onde ficamos baseados, as trilhas acessíveis que são incríveis, placas com sinalização e indicação das aves.
Tudo muito bem cuidado por um gestor que soube fazer a diferença e cuida do Parque como se fosse o quintal da sua casa, que por enquanto está sendo e espero que continue sendo por muitos anos.
Foi-se o tempo que alguns gestores de parques só sabiam implicar com os fotógrafos de aves, contratando seguranças trogloditas para abordar com grosserias e ameaças. E viva a Fundação Florestal por esse avanço. Oxalá essa atitude prevaleça por muitas administrações.
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
Eu e Patrick, eu e Vanessa, eu e Tiago Fotos: arquivo pessoal Patrick Pina |
Essa manhã rendeu 20 espécies de aves, algumas bem comuns, isso para mim, pois para meu novo colega, o Jaime, quase tudo era novidade.
Essas abaixo foram feitas nos comedouros: gaturamo-verdadeiro (Euphonia violácea), tiê-preto (Tachyphonus coronatus), periquito-rico (Brotogeris tirica), saí-azul (Dacnis cayana), catirumbava (Orthogonys chloricterus), coleirinho (Sporophila caerulescens), saíra-sete-cores (Tangara seledon), sanhaço-de-encontro-amarelo (Thraupis ornata) e tiê-sangue (Ramphocelus bresilius).
E essas nas trilhas: canário-da-terra (Sicalis flaveola), chirito (Ramphocaenus melanurus), rolinha-roxa (Columbina talpacoti), choquinha-cinzenta (Myrmotherula unicolor), calcinha-branca (Atticora tibialis), viuvinha (Colonia colonus), andorinha-pequena-de-casa (Pygochelidon cyanoleuca), bentevizinho-de-penacho-vermelho (Myiozetetes similis) e sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris).
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
E depois de muito passarinhar, uma fotinha de despedida dos novos amigos no Espaço Silvia Linhares.
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Eu pedi ao Patrick para fazer uma paradinha que eu queria muito molhar meus pés em água salgada, tipo um batismo mesmo.
Ele me levou até a Praia do Massaguaçu na orla de Caraguatatuba num restaurante pé na areia.
Apesar de ser final de inverno, a primavera já começava se fazer anunciar, trazendo um sol e uma brisa bem acolhedora.
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares e Patrick Pina |
Foto: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares by Patrick Pina |
Eu e a fragata (Fregata magnificens) Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Só passarinheiro para ir para a praia assim. Da próxima eu levo um biquini, ou pelo menos um shortinho e um top. O duro é calçar a meia e a bota depois com os pés cheios de areia.
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares - by Patrick Pina |
Foto: arquivo pessoal Silvia Linhares |
04 set 2021 - sábado
Uma das surpresas reservadas pelo Patrick era me levar conhecer uma linda área de preservação cuja família mora no coração dele e agora no meu também.
O CEEPAM e a RPPN Sítio do Jacu
O Centro Educacional e Ecológico de Proteção Ambiental (CEEPAM) é uma organização sem fins lucrativos estabelecida em 1996 por Bernard e Conceição Leduc.Movidos por uma grande paixão pela natureza, adquiriram terras em meio à Mata Atlântica no Litoral Norte de São Paulo, recuperaram a parte degradada e as tornaram áreas de preservação permanente.
O CEEPAM contém as primeiras e únicas RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) e ASM (área de Soltura e Monitoramento) de aves na região da Caraguatatuba. Seu atual presidente é Eduardo Leduc, filho do Sr. Bernard e Sra. Conceição.
De acordo com o Patrick essa gigante gameleira foi quem inspirou o Sr. Bernard Leduc a criar a RPPN Sítio do Jacu. A primeira foto, feita pelo Patrick com drone, mostra a imponente majestade no meio da mata atlântica. A segunda o que sobrou dela após sucumbir durante uma tempestade.
A gameleira vista do alto Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
... o que sobrou dela ... Arquivo pessoal Silvia Linhares |
A RPPN Sítio do Jacu recebe em sua sede observadores de aves de diversas partes do Brasil e do mundo, que buscam conhecer as aves da Mata Atlântica, sendo que muitas são endêmicas, e por isso só podem ser avistadas nesse local. Essas atividades são organizadas sempre com o acompanhamento de guias especializados.
Os visitantes, ocasionalmente, podem ficar hospedados na própria casa do Eduardo, que a coloca à disposição para maior comodidade e segurança. O valor cobrado é destinado à manutenção das trilhas, comedouros e das áreas apropriadas aos pássaros reabilitados.
D. Conceição Leduc Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
Desde então, Patrick, além de pesquisador da área, é um dos guias que está autorizado a levar passarinheiros para conhecer o Sítio e lá se hospedar, mediante prévio agendamento.
Há várias casas juntas, quase uma vila. Uma das casas está a matriarca D. Conceição, noutra está o irmão do Eduardo, o Jean Leduc, e noutra está Cibele Parisi, uma amiga da família de longa data.
Abaixo uma história linda. Essa ave da minha foto, um azulão (Cyanoloxia brissonii), foi solta pelo idealizador e criador da RPPN, Sr. Bernard Leduc, pouco antes dele deixar essa vida no dia 13 de agosto de 2021, aos 88 anos.
Como eu disse, essa RPPN foi a primeira área de soltura e monitoramento de aves silvestres instituída no litoral norte de SP, onde frequentemente são libertadas aves vítimas do tráfico ilegal.
Patrick conta que pode participar da soltura deste azulão no dia.
Os filhos estavam conscientes que o Sr. Bernard poderia vir a falecer muito em breve, então Eduardo e Jean organizaram uma pequena logística pra trazê-lo na cadeira de rodas, com o balão de oxigênio até o local da soltura.Foi mais que uma soltura, foi uma reunião de familiares e amigos para se despedir do Sr. Bernard.
Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
Eduardo ao centro com os pais ao seu lado Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
E aí do nada, ele deu um grito: Aaaaaiiiiiiiiiii. O azulão tinha bicado o dedo dele com força.
Espirituoso como é, (isso quem conta é o Patrick) o Eduardo disse ao pai: "Olha aí, seu Bernard! Falou que não estava mais sentindo a ponta dos dedos..." E todos riram muito, inclusive seu pai.
Patrick me contou que foi um dos dias mais bonitos da sua vida de biólogo.
Seu Bernard e o azulão Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
Logo depois do café, eu e Patrick saímos para passarinhar no "quintal" que possui torres, abrigos e comedouros, além de muitas flores. O resultado? Muitas aves coloridas. E paisagens de tirar o chapéu e perder o fôlego.
Fotos: arquivo pessoal Silvia e Patrick |
Foi nesse dia eu conheci o irmão do Eduardo, o Jean Leduc, que nos mostrou um pouco do local ao redor das casas.
Jean Leduc e eu. Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
Um pouco das aves da manhã: saíra-militar (Tangara cyanocephala), saí-verde (Chlorophanes spiza),
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Mais um pouco: coleirinho (Sporophila caerulescens), cigarra-preta (Asemospiza fuliginosa), baiano (Sporophila nigricollis), rabo-branco-rubro (Phaethornis ruber), beija-flor-rajado (Ramphodon naevius), beija-flor-de-fronte-violeta (Thalurania glaucopis), beija-flor-roxo (Chlorestes cyanus), sanhaço-do-coqueiro (Thraupis palmarum) e cambacica (Coereba flaveola).
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
Foto: arquivo pessoal Silvia Linhares - by Patrick Pina |
Allan nos mostrou a oficina e algumas das obras Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Abaixo outa das obras do Sr. Bernard, feita em 2004. Falei para o Allan e o Patrick que nunca cheguei tão perto de uma onça. 🤣🤣🤣
Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
Logo depois dessa magnífica manhã fomos até a praia de Tabatinga para almoçar. Tanto na ida quanto na volta fui ouvindo o Patrick contar histórias sobre a família Leduc.
Pausa pra uma cervejinha na beira do mar Foto: arquivo pessoal Silvia Linhares |
No retorno ao sítio o Patrick parou ao lado do Rio Tabatinga e me mostrou um local super poluído. Mas havia um veleiro com uma modelo sentada num vaso sanitário.
Fiquei curiosa e o Patrick me explicou que em maio de 2021 houve uma manifestação no local com a CEEPAM e autoridades locais, onde foi feito o lançamento de uma ação para despoluir o Rio Tabatinga chamada “Despoluição do Rio Tabatinga: Água Limpa + Saúde”, que visa a melhoria do corpo d´água que está localizado na região norte de Caraguatatuba, divisa com Ubatuba.
Para chamar a atenção da comunidade e visitantes, Eduardo colocou este casco de veleiro com um vaso sanitário e uma modelo dentro, simbolizando a preocupação com o despejo irregular de esgoto.
Além da questão ambiental, os organizadores atentam para os problemas de saúde que a poluição pode ocasionar para os banhistas do rio e das praias.
Clique aqui para saber mais sobre o projeto.
Esta estava bastante difícil de transitar. Talvez porque eu, devido à pandemia, estava mais desengonçada e desacostumada a essas caminhadas e estava avaliando muito mal as dificuldades que surgiam.
Tudo que eu queria era ficar sentada e não é que lá no meio da mata, sobre a pedra (que dá nome à trilha) tinha uma cadeira. Eu nem pensei duas vezes. Sentei feliz da vida e me senti a própria rainha da floresta naquele momento.
A subida e descida do morro havia sito difícil e tinha esgotado parte das minhas energias quando fui obrigada a passar por obstáculos praticamente intransponíveis.
Então o lanchinho fez muito bem. O cansaço me dominou e eu praticamente desmaiei na cama.
Foto: arquivo pessoal Silvia Linhares |
05 set 2021 - domingo
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
As crianças anotando as aves que foram avistando Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
Já os mais velhos preferiram ficar curtindo o solzinho de final do inverno que de vez em quando aparecia entre as nuvens.
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
O almoço/lanche foi feito no barco com direito a espumante com rótulo de passarinho e tudo mais.
Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
Preocupado comigo, Patrick preparou um chá com folhas de Gengibre concha (Alpinia zerumbet) também conhecida popularmente como colônia.
O Gengibre concha é uma herbácea, pertence à família Zingiberaceae e é nativa da China e do Japão. Na medicina popular ele é usado por apresentar funções antibacterianas, anti-estresse, anti-hipertensiva, diurética e febrífuga, entre outras.
*Todas as informações foram encontradas no Google e são apenas informativas. Procure aconselhamento profissional antes de pretender fazer uso dela como medicamento.
Sequer consegui participar da baladinha animada na vizinha. D. Conceição recebeu a família e amigos para comemorar seu aniversário. Estava completando 85 anos. Foi uma noite de karaokê e muita cantoria. No dia seguinte Patrick me contou como tinha sido legal.
Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
Apesar de ter dormido cedo, não foi um sono reparador como deveria. Meu corpo estava dolorido, as pernas inchadas e formigando.
Não sabia dizer se era em virtude do cansaço acumulado, do susto e/ou do banho inesperado e salgado. Ou ainda efeito do chá que nunca tinha experimentado, das vacinas para o COVID 19 ou do meu próprio organismo clamando por cuidados, avisando que estava no limite.
Mas deixa eu fazer uma observação aqui: o formigamento, inchaço e as cãibras que venho ainda sentindo desde aquela época revelaram serem decorrentes de radiculopatia, detectada em exame neurológico.
Apesar do médico hoje ter me dito que não é grave, que tenho saúde de uma menina de 15 anos, que fisioterapia e alongamento resolvem, sem necessidade de remédio ou cirurgia, eu acho que esse negócio de radiculopatia é coisa de gente velha. 🤣🤣🤣
Sim, gente, o tempo passa e já não sou mais a filhinha do papai, a irmãzinha mais nova ou a mocinha do interior que gostava de andar de bicicleta nas ruas.
06 set 2021 - segunda-feira
Acordei um pouco melhor do que quando me deitei. Tomei um belo café e já animada seguimos para o nosso próximo destino.
E entre risos e muita camaradagem, fotos bonitas, passei o dia tranquilamente.
Fotos: arquivo pessoal Patrick e Silvia |
Fotos: arquivo pessoal Patrick e Silvia |
Se quiser conhecer um pouco mais do seu Jonas, acesse a matéria O Guardião dos Beija-flores.
E quanto às aves? Quase tudo só foto de quadro. Dez espécies de beija-flores, com destaque para o fofíssimo e fotogênico topetinho-verde (Lophornis chalybeus).
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Ah! Mas tinha uma fêmea de beija-flor muito especial.
Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
Abaixo um desfile de beija-flor do quintal do Seu Jonas. Na sequência: beija-flor-preto (Florisuga fusca), beija-flor-rajado (Ramphodon naevius), beija-flor-de-veste-preta (Anthracothorax nigricollis), beija-flor-rubi (Clytolaema rubricauda), beija-flor-de-fronte-violeta (Thalurania glaucopis), beija-flor-cinza (Eupetomena cirrochloris), beija-flor-de-banda-branca (Chrysuronia versicolor), beija-flor-de-garganta-verde (Chionomesa fimbriata) e beija-flor-roxo (Chlorestes cyanus).
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
E sabe quando você faz a foto dos seus sonhos mas quando vai ver no computador está tudo desfocada... acontece né...Como diria meu amigo Raphael Kurz: "ah! meu santo!"
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Mesmo assim, foi um verdadeiro festival de cores, tendo como modelos, além dos colibris (beija-flores) as graciosas saíras, saís, tiês entre outros que visitam os comedouros / bebedouros do sítio Folha Seca.
Na sequência abaixo: gaturamo-verdadeiro (Euphonia violácea), saíra-militar (Tangara cyanocephala), saí-azul (Dacnis cayana), saíra-sete-cores (Tangara seledon), tiê-preto (Tachyphonus coronatus), tiê-sangue (Ramphocelus bresilius), sanhaço-de-encontro-azul (Thraupis cyanoptera),
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Eu clicando a Tutu Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
Adorei essa paradinha. O dia foi massa demais. Mas ainda tinha uma noite especial no sítio.
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Adoro música! Não consigo ficar sozinha, em casa, no carro, onde estiver, sem uma boa música de fundo. E meu gosto musical é bem eclético. Depende da inspiração do momento.
E nessa noite valia tudo. O karaokê correu solto, até D. Conceição deu-nos a honra com seu vozeirão melodioso.
Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
Já Cibele e Patrick eram dois profissionais da música. O dueto entre os dois deixava as pessoas ao redor maravilhados.
07 set 2021 - terça-feira
Feriadão nacional. Levantamos, tomamos café apreciando a exuberância da mata atlântica ao fundo, dei uma última volta pelo sítio.
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Apesar da saudade da família, Patrick ainda levou-me a um último lugar que ele queria que eu conhecesse chamado Condomínio Mar Verde localizado na Praia da Mococa.
Acho que os bichos tinham ido curtir o feriado nas montanhas, pois não vimos quase nada, chovia demais e passarinhar, só da janela do carro. Mas para salvar o dia teve o momento fofurice total.
Antes de mostrar a fofo-foto, eu vou postar um texto que o Patrick escreveu no Facebook outro dia e foi então que entendi o sentimento dele ao me ver fotografando o bichinho que faço até campanha para salvá-lo da extinção.
Mas o susto mesmo veio quando você mal tinha aprendido a falar essa palavra, e identificou um quero-quero, apenas pelo som, quando um deles sobrevoou nossa casa. Você tinha menos de 1 ano de idade.
E titias como eu são mais bobas ainda! 😮🙃🥰😂 Dedico essa foto abaixo ao Oliver, o "quelo-quelo" do meu amigo Patrick.
quero-quero (Vanellus chilensis) Foto: arquivo pessoal Silvia Linhares |
E esse é o Oliver, o "quelo-quelo" do Patrick Foto: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Depois subimos até o Núcleo Caraguatatuba. Chuviscava quando chegamos, mas isso não nos atrapalhou de passarinhar e nem de bater muito papo.
Foto: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Oliver e o papai Patrick Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
Eu e Miguel Foto: arquivo pessoal Patrick Pina |
Foto: arquivo pessoal Miguel Nema |
Foto: arquivo pessoal Miguel Nema |
Foi uma saída sem maiores pretensões, mas que rendeu fotos lindas, quase sem se deslocar muito, bem ali na sede mesmo.
Miguel me mostrou aves como o chorozinho-de-asa-vermelha (Herpsilochmus rufimarginatus), a choquinha-cinzenta (Myrmotherula unicolor), o araçari-banana (Pteroglossus bailloni) e a calcinha-branca (Atticora tibialis), espécies que faltam na lista de muita gente. Acho esse último nome popular de uma criatividade incrível.* Eu fico imaginando uma andorinha usando uma calcinha branca. 🤍🐵🙈🙉🤣
*(OBS: As coxas brancas da ave dão origem ao nome, apesar de serem difíceis de ver.).
Mas que rendeu muitos risos durante a passarinhada. Ah! Rendeu mesmo!
calcinha-branca (Atticora tibialis) Fonte: Birds of the World |
Os destaques do dia, conforme citado acima.
Fotos: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Na Portaria, ao lado dos comedouros tem uma linda placa dizendo Eu ❤️ aves! Eu tive a ideia de por um pedaço de banana no cantinho dela. E não deu outra.
Foto: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Logo uma catirumbava (Orthogonys chloricterus) veio conferir. Depois uma saíra-sete-cores (Tangara seledon) e um fim-fim (Euphonia chlorotica) deram o ar da graça. E por último veio um bem-te-vi (Pitangus sulphuratus) todo curioso.
08 set 2021 - quarta-feira
No fim do dia anterior Patrick, Elizabeth e Oliver montaram uma barraca na sala, onde passaram a noite "acampados". Oliver se divertiu muito.
E a premiada foi uma orquídea. Ela é chamada de Epidendrum secundum. Dedico ela à memória da minha mãe que adorava e colecionava orquídeas.
Foto: arquivo pessoal Silvia Linhares |
Que belíssima e gostosa aventura, heim?!... Parabéns!
ResponderExcluirSucesso \○/ \○/
ResponderExcluirQuerida Silvia, adoro suas histórias passarinheiras e melhor ainda quando se trata de lugares pelis quais já passei (Praia da Cigarra e Praia de Massaguassu) e de lugares que ainda quero muito ir (UC Núcleo Caraguatatuba, RPPN Sitio do Jacu e Sitio Folha Seca... sonho!). Você põe amor em tudo que faz e isso fica evidente em seu texto. E ainda, fiquei com mais vontade ainda de conhecer Patrick Pina pessoalmente, sua esposa e o seu pequeno "quelo-quelo"!!! Ah... que vontade de ir para Caraguatatuba,onde já fui tantas vezes quando ainda não era passarinheira. Com certeza vou procurar seguir suas pegadas, tendo em mãos o seu bloguinho, um, um guia maravilhoso!!!
ResponderExcluirBelo relato, lindas fotos!
ResponderExcluirQue show !!! Fiquei com vontade de comer um camarãozinho a beira mar !!!
ResponderExcluirParabéns, Silvia! Excelente blog e que expedição chique!
ResponderExcluirJoao Valadao
Parabéns!!! Que lindo demais!!!
ResponderExcluirMuito bom saber que as pessoas amam esses lugares especiais!!!!
Essa amiga e observadora, sem dúvidas, é especial... Fotos e conteúdos, top!!
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