domingo, 1 de outubro de 2017

AC - O Império das aves cascudas e a Expedição Choca-do-acre – Parte I

Se você não gosta de "textão", melhor fechar essa página ou deixar pra ver outra hora. Mas se tem curiosidade para saber como foi essa expedição, então, “senta, que lá vem história”. Foram mais de 11 mil fotos pra escolher e tratar, em menos de 15 dias escrevi 20 páginas e fiz alguns vídeos. Dividi em duas partes (parte II aqui) para facilitar. Viaje comigo a partir de agora. E deixe seu comentário no final, vou apreciar muito!!!


O Estado do Acre está localizado no extremo oeste do Brasil, em uma área de transição entre a Cordilheira andina e as terras baixas amazônicas. Das 1.300 espécies de aves existentes na Amazônia, já passam de 700 as registradas no Acre. A tendência é aumentar, pois muitas ainda estão em estudo, aguardando apenas a confirmação pelos ornitólogos competentes pra isso.
 
Acre - O Império das aves cascudas

Porque chamo as aves de “cascudas”? Ave cascuda é o jeito que a grande amiga Vanilce Carvalho, de Manaus, descreve aquele tipo de ave difícil de registrar, seja pela sua raridade, seja pelas dificuldades que o ambiente apresenta ou mesmo pelo comportamento da própria ave.

E o Acre sai na frente disparado no “quesito ave cascuda”. Os ambientes que as encontramos são os mais inóspitos do país. Por essa e outras o Acre “está na moda”, dizem os amigos passarinheiros. Talvez por se tratar de lugar pouco explorado, com novas espécies ainda sendo descobertas, o poder atrativo da região só aumenta.

Sem contar as belas espécies, endêmicas ou não, que habitam ambientes como as espinhosas tabocas (*), as florestas ombrófilas densas ou abertas ou as campinas/campinaranas.

Fiz algumas pesquisas na minha bolinha de cristal (que recebe carinhosamente o nome de google.com) e encontrei definições interessantes para taboca. *"Taboca é o nome popular (oriundo do tupi) do bambu (Guadua weberbaueri), também conhecida como taquara. Os tabocais localizados no sudoeste da Amazônia são considerados a maior reserva de bambus nativos do mundo. Trata-se de uma gramínea de porte arbóreo que se caracteriza por sua rusticidade e elevada capacidade de produção de massa renovável. Seu uso ainda é muito restrito e desconhecido, sendo considerada uma planta daninha de difícil erradicação, um estorvo à abertura de novas áreas para o cultivo, pois forma um emaranhado com a presença de muitos espinhos, dificultando o acesso". E eu que achava que gramínea era aquele matinho dos estádios de futebol - kkkkkkkk 

Nem sempre os espinhos que aparecem em nossas vidas são para nos machucar. Alguns guardam tesouros alados, como os tabocais do Acre. 

Olha aí, um espinho pronto pra te agarrar.

Entendo que é por causa dos espinhos e emaranhados que é o ambiente preferido das aves cascudas, pois podem assim se proteger melhor dos predadores, inclusive humanos. Mas elas podiam facilitar para os fotógrafos de aves e colaborar um pouquinho na hora da foto, uma vez que nem a nossa cabeça, nem chapéu, pernas, ombros, braços, camisas ou calças, nada se salva dos afiados espinhos das tabocas.

Recomendo uma leitura atenta ao guia de campo AVES do ACRE, (hoje disponível apenas em pdf), de autoria do prof. Edson Guilherme, mestre, doutor e professor da UFAC, cujo projeto gráfico e capa foram idealizados magnificamente pelo amigo e mestre Tancredo Maia Filho e contou com a minha modesta participação cedendo algumas fotos. Só necessita de patrocínio para ser uma edição impressa e enriquecer minha ornito-estante. Além de discorrer muito bem sobre as aves do Acre, o livro nos dá uma amplitude muito grande sobre a geografia e história do Estado do Acre.

Acesse aqui. 📌

O biólogo pernambucano Ricardo Plácido, funcionário da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Acre desde 2011, tendo voltado a observar aves em 2013, deu continuidade ao trabalho com a avifauna acreana iniciado pelo Professor Edson Guilherme. Foi o encanto das aves acreanas que o fez querer permanecer em Rio Branco.

Ricardo Plácido

Em 2016, quando da realização de coleta de dados para sua dissertação de mestrado, cujo tema "Viabilidade da prática de observação de aves em unidades de conservação na Amazônia: um estudo de caso na Área de Relevante Interesse Ecológico Japiim Pentecoste, Mâncio Lima-Acre”, registrou e tornou popular várias aves icônicas do Acre, entre elas a choca-do-acre (Thamnophilus divisorius).

Em 01/11/2016, Ricardo disponibilizou para a comunidade de observadores de aves o primeiro registro fotográfico no site Wikiaves (veja aqui)📌 e segunda foto no mundo sobre essa espécie endêmica e restrita às regiões da Serra do Divisor (Brasil/Peru).

Uma das fotos divulgadas pelo Ricardo

Esse motivo rendeu-lhe o apelido, dado pelos amigos do meio, de “Imperador das Aves do Acre”, que lhe cai muito bem.

O conhecimento que o amigo Ricardo tem das aves do Acre e a condução de passarinheiros do mundo inteiro ao encontro das mesmas o auxiliam na gestão que realiza em algumas Unidades de Conservação em nome da Secretaria que trabalha (SEMA). Por essa e outras, o Acre tem sido o destino mais cobiçado e desejado por todos da comunidade passarinheira nos dias atuais.

E comigo não foi diferente, eu queria retornar e ver as espécies que me faltavam das aves acreanas. Para ser exata, 107 lifers (lifer: termo usado pelos passarinheiros pra nominar uma espécie nunca avistada).

A minha primeira ida ao Acre foi em 2014 (ver primeira expedição ao Acre em 2014 aqui). 📌

Sabia que não seria nada fácil. Fiz 21 novas espécies dessas 107. Se você acha que 21 em menos de duas semanas foram poucas pra quem já detém quase 1.400 das 1.919 espécies reconhecidas pelo CBRO, eu só posso dizer: "sabe nada, coitadinho!". (brincadeirinha) 😁😁😁

Pretendo correr o Acre em 2018 em busca das 86 espécies que faltam, mas quero ir além. É um projeto antigo meu e que pretendo começar a colocar em prática em 2018. Consiste em levar um pouco do encantamento das aves e da necessidade de preservação às escolas infantis das pequenas comunidades.

Espero contar com a condução do Ricardo, o apoio da sua chefe Cristina Lacerda, um pouco do conhecimento que adquiri quando trabalhei com crianças na minha juventude, junto com tudo que aprendi sobre as aves desde quando comecei a observá-las, no âmbito do Centro de Estudos Ornitológicos - CEO, o qual faço parte.

É preciso que a população atual e futura entenda um pouco mais sobre o assunto e sobre os benefícios que cercam a atividade e abrace essa necessidade de preservação do meio ambiente. Esse conhecimento dos benefícios irá possibilitar à população agir como fiscal, auxiliando e exigindo do governo que adote ações para evitar o desmatamento, as queimadas e a grilagem de terras públicas destinadas à preservação, possibilitando a punição dos responsáveis por tais crimes, cujos criminosos muitas vezes hoje se escondem sob mantos políticos escusos e obscuros.

Com vasta biodiversidade e 87% de floresta preservada, o estado do Acre tem se destacado no cenário nacional com a atividade de observação de aves, em decorrência das políticas de valorização do seu ativo ambiental, embora eu ainda ache que a tendência desse número é baixar rapidamente se nada for feito com urgência. É preciso que a preservação no Brasil se faça enxergar, saia do papel e não fique restrita a atitudes de um ou dois gatos pingados, num cenário de faroeste, correndo, inclusive, risco de morte. Tudo pode ser melhorado e a atividade merece maior apoio e divulgação.

Meu amigo e passarinheiro Cadu Young, professor da UFRJ, mestre e doutor em Economia Ambiental e Políticas Públicas, Pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento irá discorrer sobre o assunto durante o Avistar Brasil 2018.

Termino esse preâmbulo com a excelente explanação do Ricardo Plácido em uma entrevista (link aqui) 📌

“Essa diversidade de espécies tem chamado atenção de um segmento social que se dedica a uma atividade que se beneficia dessa biodiversidade de uma maneira contemplativa sem causar impactos e ainda gera aquecimento da economia local”. (RP)

Mas chega de blá-blá-blá e vamos virar o disco (coisa antiga né? kkkk) e mostrar pra vocês como foi essa minha segunda Expedição ao Acre. Como eu disse no início, vou dividir em dois posts para facilitar a leitura. Fique atento à continuação.

02 de Setembro de 2017 (Sábado)


Eu havia chegado do Mato Grosso dia 29/08. Passei dias muito felizes com a amiga Jeanne Nascimento e comemorei meu aniversário com um lindo lifer, o tiê-bicudo. Mal desfiz as malas e já tinha que me preparar para a nova viagem.

Foi um momento delicado na minha vida. Em meio a essa correria toda eu tive que me despedir da minha companheira por mais de 17 anos, a Naná, uma cadelinha idosa, que se tornou estrelinha no dia que cheguei em casa. Tamanha foi a dor e a tristeza que até pensei em desistir da viagem ao Acre, mas os amigos queridos me ajudaram nessa hora e resolvi erguer a cabeça e encarar o desafio.

Entre lágrimas de tristeza e força extrema de vontade, preparei minha mala e parti para Rio Branco, onde o Ricardo me aguardava.



Inicialmente eu faria a viagem sozinha, mas conversando com a amiga Viviane de Luccia, ela manifestou interesse em ir com seu esposo Nelson e, devido a uma viagem ao Amapá, ela só poderia juntar-se a mim no dia 07/09. A agenda do amigo e guia Ricardo é complicada, mas consegui encaixar as minhas "necessidades ornitológicas" a partir do dia 03/09 em Rio Branco, partindo depois para Cruzeiro do Sul para encontrar a Viviane e o marido com vistas a seguirmos para o famoso PARNA Serra do Divisor.

Para a ida até a Serra foram cruciais as dicas da amiga Fernanda Fernandes (x), ela detalhou tudo, como proceder, o que fazer e o que levar, uma vez que ela havia acabado de conhecer a Serra do Divisor com o Ricardo e a amiga Roseanne Almeida. As dicas eu deixarei no final pra quem se interessar.
 

03 de Setembro de 2017 (domingo)


Hospedei-me no confortável e aconchegante hotel Ibis. Em pleno domingão quente, começou a rotina passarinheira: acordar cedo, muito cedo, passar (MUITO) repelente, vestir a roupa visual fiscal do IBAMA, pegar as tralhas e se mandar tomar café em algum lugarzinho pelo caminho.

Ainda bem que o Ricardo conhece todas as “birosquinhas” aonde tem café. Eu sou aquele tipo de pessoa que só funciona após um café. Minha oração do dia é: Senhor, dai-me café para mudar as coisas que posso e passarinhos pousados pra aceitar as que não posso! rs rs ☕☕☕ - “Bora pro mato, gente!”



Primeiro fomos para o Ramal História Encantada na APA Igarapé São Francisco. Não demorou muito e veio o primeiro lifer. Um pica-pau-anão-de-barras-sutis (Picumnus subtilis). Atendendo agora por picapauzinho-de-barras-finas, o Picumnus subtilis é um titiquinho muito fofo. Ele obedeceu como ninguém às ordens do Imperador do Acre, posando muitas vezes por segundos preciosos, mas suficientes para lindas fotos.



Eu ainda me fartava de clicar o picapauzinho quando o Ricardo ouviu um a algazarra de longe (confesso não ter ouvido nada) e de repente um lifer desejadíssimo passa sobre nossas cabeças. Um não, mas vários. Sim, era um bando de maracanãs-de-cabeça-azul (Primolius couloni).

Primeiro voaram por cima de mim na contraluz. Quase tive um treco e chorei (nenhuma foto prestou), e de novo, de novo, até que uma pousou, meio longe, mas o suficiente para eu apreciá-la com calma. Uma belezura. Graças ao incansável Ricardo, que não desgrudava a atenção dos céus em busca desta espécie que eu queria muito ver.



Clica um bichinho ali e outro aqui, os “prestanaum” como diz meu nobre amigo Ricardo, e de repente eu me vejo mais tranquila e feliz do que eu imaginava ficar depois da minha grande perda.

Seguimos para o Ramal do Noca e eis que surge o terceiro lifer do dia: choquinha-do-bambu (Myrmotherula oreni). Taí aquele tipo de bicho miudinho, sem colorido, só que não, é de uma beleza singela e muito gostosa de apreciar... E ela colaborou... Ponto para os esforços do Ricardo e nossa interminável paciência para esperar os bichinhos nos rodearem e darem mole em algum momento.




Nem tinha me recuperado da emoção da choquinha, eis que surge outro bichinho que eu queria muito ver: o guarda-floresta (Hylophylax naevius). Sujeitinho mal-humorado. Não colaborou, uma foto só e se mandou, deixando um recado: - Volte o ano que vem se quiser me ver de novo. E olha que o Ricardo bem que tentou fazê-lo se aproximar, mas ele não estava disposto... Enfim...2018, me aguarde!!!!



Por volta de 11 horas, demos um tempo para aplacar a fome e o calor, tirar um cochilinho sentados num tronco na sombra da taboca e depois retornar ao Noca.


Ainda no Noca, pude rever o agulha-de-garganta-branca (Brachygalba albogularis), bicho bonzinho de clicar. Não tem como não parar e fotografar. É bonitinho demais.


Aí foi a vez do arapaçu-do-inambari (Lepidocolaptes fatimalimae). Agora sim eu posso dizer que tenho foto decente desse bicho. Um belo melhoraifer. Foi quase um lifer porque eu só tinha uma foto muito ruim e bem de longe.


E os lifers não paravam. Até pensei na hora - vou ficar mal acostumada assim. E olha mais um aí. Desta vez foi o gritador-de-sobre-branco (Sirystes albocinereus), porém, ele não desceu da copa e nem me deu uma “chancezinha” melhor...mas fiquei feliz com o encontro.


Depois tirando onda com o Ricardo, cansado, suado, morto de fome, resolvi parar e clicar um lindo “prestanaum”. Só eu mesma para fazer um guia que te põe as aves mais difíceis e raras na frente, parar para fotografar um quero-quero (Vanellus chilensis). Minha explicação: estou salvando um quero-quero da extinção (extinção fotográfica). Ninguém mais fotografa o bichinho...ele é tão lindo...


A tarde estava indo embora, retornamos ao Ramal História Encantada. E no meio da taboca que havia despencado com um temporal na semana antes, fechando a passagem, fomos à caça de um bicho muito difícil, o flautim-rufo (Cnipodectes superrufus). Esse foi a cerejinha do sorvete do dia.


Nossa! Além do calor infernal dentro da "tobaca" (plagiando um gringo referindo-se à taboca), quase derrubei o Ricardo no chão para que um galhinho não me atrapalhasse. Quem tivesse visto me jogando por cima dele, acharia que eu ia agarrá-lo, quando o que fiz, foi me contorcer toda para conseguir uma boa foto dessa preciosidade.

E consegui. O coração quase pulou do peito, foi tanta emoção que só de lembrar, minhas pernas ficam trêmulas. Mas vou te falar: se tivesse uma pessoa a mais, uma delas não teria fotografado o bicho. O espaço é tão reduzido e sufocante, que só muito sangue-frio pra segurar a onda. 🔥💥

Como eu disse no post sobre minha primeira viagem pro Acre: “A gente tira uma grande lição das passarinhadas. É preciso muita, mas muita paciência para ser passarinheiro! A paciência tem que ser oriental, a velocidade supersônica e o olhar biônico. E o guia muitoooooo competente". rs rs rs”

Depois do flautim, tomamos rumo de volta sob uma linda lua, quase cheia, derramando poesia sobre o horizonte. Fizemos questão de parar para fotografar. Cansada e feliz, mal dei conta de jantar, tomar um banho, arrumar tudo para o dia seguinte. Em pouco tempo tinha caído na cama e estava dormindo o sono dos justos.



04 de Setembro de 2017 (segunda-feira)


Antes das 6h da matina, já estávamos na estrada clicando o sol nascendo sobre a neblina formada pela fumaça das queimadas, bonito e triste. Deu até vontade de chorar. 😭


... aqui o Ricardo clicando o alvorecer ...


Logo que entramos no Ramal do Noca, um sagui-imperador (Saguinus imperator), espécie de sagui que ocorre no Brasil e no Peru, veio, curioso, nos dar bom dia.


Depois de andar um pouco pelo Ramal. o bichinho que a gente mais queria apareceu: caneleiro-de-cara-amarela (Pachyramphus xanthogenys). Esse foi só felicidade, fez pose, colaborou para as fotos, graças aos encantos do mestre dos mestres Ricardo Plácido. Mas não foi fácil no início. Ele cruzava de um lado pro outro, aí o Ricardo suspendeu o playback e o bicho começou a forragear e foi descendo...não deu outra, tome clic.

 


E vamos para o próximo. Outra raridade: ferreirinho-de-cara-branca (Poecilotriccus albifacies). Pensa numa lindeza! E num bichinho difícil. Aliás, falar bichinho difícil no Acre é redundância. O Ricardo tocou, tocou e nada... Já conformada em ficar sem ele, de repente, avistamos dois deles se alimentando próximos à trilha, aí foi só clicar. Pena que precisou ISO muito alto e a foto ficou feia, para o meu desgosto.



Além dos cascudinhos, havia muitas borboletas pelo caminho, muitas outras aves não menos importantes, como foi a viuvinha (Colonia colonus), migratória, sendo importante registrá-la para servir como fonte de estudos. Foi o primeiro registro fotográfico no Wikiaves para Rio Branco/AC. Isso é ciência cidadã, a qual eu aprecio muito e sempre agradeço ao pessoal do CEO e da SAVE por terem me ensinado isso.


Mas nem tudo são flores na observação de aves. Sabe aqueles capetinhas, que você ouve, ouve e não vê. Deveriam fazer parte da família “invisibilidaes” kkkkkk.

Todo bicho com nome científico Cercomacroides ou Cercomacra é um demoniozinho... Eis um que um estava me deixando chateada. Como nem eu nem o Ricardo somos de desistir facilmente, foi só ficar quietinha dentro da ante-sala do inferno (taboca infernalmente quente), que o chororó-negro-do-acre (Cercomacroides fuscicauda) permitiu uma fotinho razoável.


Permanecemos sentados no nosso tronco do flautim-rufo de ontem (a essa altura eu já o considerava meu sofá e era a coisa próxima mais confortável do mundo).


Ia começar outra novela, clicar o torom-torom (Hylopezus berlepschi). Pensa num trem difícil que te rodeia, rodeia, mas não sai do meio das folhas e galhinhos e passa pelo teu raio de visão mais rápido do que um raio. Pois bem, fiz uma fotinho pra lifer, mas o Imperador não quis entregar os pontos e apostou que eu ia conseguir foto de capa, mesmo que saísse dali com 5 kilos a menos, por conta do calor, o que não era má ideia kkkkkk. E mais uma volta, outra e a paciência deu resultado, ele deu uma única paradinha num tronco, e foi clic e clic e pronto, no limpo, como a gente queria. Torom-torom checked.

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Andando mais um pouco e explorando o local, encontramos um lugar super legal, vimos o tucaninho-de-nariz-amarelo (Aulacorhynchusatrogularis), chora-chuva-de-bico-amarelo (Monasa flavirostris), chincoã-pequeno (Coccycua minuta) e outros bichos bem bacanas, como o raro pica-pau-lindo (Celeus spectabilis) ...

Ricardo buscando os bichos...


Mas foi onde cliquei o belo pica-pau-lindo (Celeus spectabilis) que quase chorei de frustração. Sempre foi meu sonho fotografar as 11 mães-de-taoca (veja aqui) 📌.

Ao entramos num local promissor após ter ouvido sua vocalização, o Ricardo tocou o playback e ela pousou no limpo, tão perto, mas tão perto, embora num local bastante escuro, que tomei um susto. Eu e a câmera não tivemos êxito em focar de cara... quando fiz a segunda tentativa de foco ela se foi e não voltou mais, me fazendo perder a grande chance de fazer “A FOTO” dela... Ah! Mãe-de-taoca (Phlegopsis nigromaculata), eu ainda te pego. Fica um pedido: Nossa Senhora do Binóculo, dai-me foco da próxima vez, por favor!!!!

Nossa Senhora do Binóculo, dai-me foco!!!!

Rodamos mais um pouco e nos dirigimos para a casa do Juliano, amigo do Ricardo, para tentar um dos bacuraus mais lindos que eu já vi: o bacurau-rabo-de-seda (Antrostomus sericocaudatus). Esse deu mão de obra. Eita dificuldade de vê-lo por buraquinhos dentro da taboca quase impenetrável e muito no alto...


Somente com a ajuda do Juliano e graças ao trabalho do incansável amigo e guia Ricardo, eu consegui a foto do bicho inteiro. Eu não uso mais flash e neste lugar nem adiantaria, por isso quero dedicar esse lifer para minha amiga Claudia Rodrigues de BH, que me enviou pelo correio sua mega, hiper, super lanterna poderosa, sendo que só assim foi possível esse registraço. 

A lua cheia já estava no alto, linda imponente, clamando pelo meu lado “lobiwoman” 🌕🐺,  quando decidimos ir embora, jantar e descansar para o próximo dia.


Comemorando a passarinhada do dia ...

05 de Setembro de 2017 (terça-feira)


O dia seria puxado, iríamos até Senador Guiomard para tentar ver a tiriba-de-deville (Pyrrhura lucianii), que tinham por costume vir se alimentar de sal no cocho do gado. Saímos cedo e de cara, aquele deprimente espetáculo da fumaça de queimadas empesteando a cidade de Rio Branco e região.


Serpenteando por diversos ramais, chegamos à casa do Sr. João e da D. Maria (mineiros tradicionais, porém com coração acreano) para ver as Tiribas-de-deville (Pyrrhura lucianii). Elas não deram muito mole. Ficaram no alto e na contraluz. Fiz o que podia.



De consolo, eu diria até, de brinde, eu e o Ricardo recebemos o convite para almoçar com a família, o que fiz com muito gosto, não só pela hospitalidade, mas pela deliciosa comida mineira com pitadas da culinária acreana e o mais delicioso suco de cupuaçu do mundo.

Um cafezinho sempre cai bem, feito por uma mineira então ... humm hummmm 


Eita comidinha boa...

O tempo estava estranho, abafado, com cara de temporal. Os bichos não estavam colaborando...
Voltamos para Rio Branco, almoçamos e descansamos. Depois disso visitamos o Parque Zoobotânico na UFAC. Os pássaros estavam calados, tímidos, sem respostas. Aproveitei para recordar. Depois desistimos e fomos nos preparar para a ida pra Cruzeiro do Sul.

... matando saudades ... eu em 05/09/2017
Eu em 27/08/2014

Após um banho, com as malas prontas, fomos comer uma pizza com minha querida prima Bárbara Dantas, seu marido Lauro e a pequena e fofa Bia, que moram em Rio Branco.


Olha o que a Bárbara disse: “Sobre essa noite?? Muito especial!!!!! Matar a saudade (ou aumentar) de uma pessoa especial, nossa prima Silvia!!!!!!! Gostaria de poder ter ficado mais tempo com vc, mas esses passarinhos... sei não ow rsrrsrsrsrsr” 🐧🐦🐤🐥🦆🦅🦉

Olha, pequena e linda prima, foi um momento delicioso. Pena mesmo que foi tão rápido, mas como disse a nossa tia Darcy Junqueira Faustino:Às vezes uns minutos valem por muitas horas, depende do carinho desse momento né?” Concordo com ela, esse carinho por você e sua família vem desde sempre e prometo (e me bate se eu não cumprir kkkk) que ao voltar ao Acre ficarei, pelo menos, dois dias inteiros por conta de vocês. Família é tudo de bom. Amoooooooooo!!!!!! 💛💓

Nosso voo para Cruzeiro do Sul era por volta de meia noite e uma amiga do Ricardo iria nos deixar no aeroporto. 

Outra etapa da nossa expedição estava por se iniciar e meu coração ficava apertadinho de expectativa.

06 de Setembro de 2017 (quarta-feira)

O rapaz que alugou o carro pra gente em Cruzeiro do Sul nos esperava no aeroporto. Entregou a chave e lá fomos nós para o maravilhoso hotel do SESC (recomendadíssimo). No entanto o carro estava batendo tudo quanto é pino e decidimos trocar ou devolver no dia seguinte. Chegamos ao hotel, dormimos um pouco.

Meu quarto no SESC

Aí você acorda pela manhã em Cruzeiro do Sul e está chovendo. Mas passarinhar é algo mais forte que você. Então “simbora pro mato”. O tempo estava feio, com cara de poucos amigos, cheirava a fumaça, os bichos ficam encorujados, não respondem, é como um “black out” de passarinhos, diz o Ricardo.


Resolvemos ir para uma área rural em Mâncio Lima, uns 40 km mais ou menos de Cruzeiro do Sul, lá pelos lados do Igarapé Mosquito.


Santa Clara fez a chuva cessar e São Francisco, ops! Quer dizer, com a ajuda de São Francisco, o guia e amigo Ricardo pôs um lindo chupa-dente-de-cinta (Conopophaga aurita) na minha frente... clic clic clic. Foi só por milagre que encontrei um buraquinho onde deu para vê-lo inteiro e conseguir uma boa foto.


Antes do chupa-dente passamos por uma área de várzea do Rio Moa, onde eu cliquei, no capricho, o poiaeiro-de-pata-fina (Zimmeriusgracilipes).

 ... a trilha ao lado da várzea ...

poiaeiro-de-pata-fina (Zimmeriusgracilipes)

Mas de novo aquele silêncio sepulcral que passarinheiro odeia. Devido a isso, voltamos ao Hotel, almoçamos, comemoramos o lifer, descansamos e retornamos à várzea do Rio Moa.

Comemorando o chupa-dente-de-cinta
O sol no pátio do hotel

Foi a vez do barranqueiro-de-coroa-castanha (Automolus rufipileatus) me deixar maluca. Ele aprendeu muito bem como brincar de esconde-esconde, depois de quase esgotar nossa paciência, já sem luz, ele permitiu um vislumbre e uma fotinha meia boca. Era o que tínhamos para o momento. Pronto, “vamimbora” de novo pro hotel. Chegando lá, sentamos na beira do lago, que possui um lindo deck, e comemoramos mais esse lifer.


Tivemos que trocar de locadora, pois não havia outro carro para substituir. Por indicação local, pedimos um carro da Unidas. Seria entregue no dia seguinte e era zero. Eu recomendo.

Eu fui dormir cedo, e Ricardo descansou um pouco para depois buscar a Viviane e o Nelson no aeroporto de madrugada.

07 de Setembro de 2017 (quinta-feira)

O voo da Viviane atrasou, foram dormir mais de duas da matina. Mas cedinho já estavam prontos “pro crime”. Ô amiga cheia de energia, viu? E hoje a manhã teve um sabor especial. Começamos com o café da manhã na D. Maria José em Mâncio Lima, onde a tapioca me fez cometer o pecado da gula. E tinha pão com ovo, viu Vanilce? O mundo tá salvo ...😂😂😂😂😂😂


Fomos ao mesmo local onde eu estivera pra ver o chupa-dente-de-cinta. Logo que chegamos pude melhorar minha foto do uirapuru-de-chapéu-azul (Lepidothrix coronata).



E depois de muito procurar o raro tangará-riscado (Machaeropterus striolatus), eis que um pousa bem na nossa cabeça. Embora eu tivesse ouvido o tangará-riscado em vários lugares no dia anterior, ele parecia estar esperando a Viviane, pois em nenhuma oportunidade deu a mesma colher de chá. Ele foi a estrelinha do dia. Fiquei feliz que nem pinto no lixo. Já tínhamos o lifer do dia pra comemorar. E não faltou guaraná Cruzeirense pra isso, né, Viviane?



Voltamos e demos uma parada na Várzea do Moa em Cruzeiro do Sul. Um casal de formigueiro-chumbo (Myrmelastes hyperythrus) fez nossa alegria, forrageando tranquilamente e permitindo boas fotos, tanto do macho, quanto da fêmea.


Terminamos o dia com um bonito visual e fomos descansar cedo, pois o dia seguinte prometia muitas emoções.



08 de Setembro de 2017 (sexta-feira)

O café da manhã foi na D. Maria José de novo. Dia especial, de procurar um bicho legal lá nas terras do seu Genys, em Mâncio Lima. Chegando lá, nem sombra das tiribas-de-cabeça-vermelha (Pyrrhura roseifrons) que a gente queria. Enquanto isso a gente clicava os andorinhões e taperuçus pelo céu.








Bate papo daqui, bate papo dali, anda de um lado pro outro. Na esperança do bando das tiribas-de-cabeça-vermelha chegar voando, nem quero-quero estava escapando, e num é que o amiguinho barulhento era lifer para o município de Mâncio Lima? 


Já estava ficando impaciente, quando o Ricardo ouviu a vocalização do bando. Mas estavam longe. No mesmo momento, o Sr. Genys nos chama pra dentro da sua propriedade, pois havia pousado uma.

Tivemos que passar com muito cuidado pelas “cabas” (Marimbondos do gênero Synoeca, conhecidos pelo nome vulgar de vespa-tatu ou caba-tatu, marimbondos cuja picada provoca uma dor lancinante) e chegar aonde uma jovem  tiriba-de-cabeça-vermelha (Pyrrhura roseifrons), acredito eu, que parecia estar esperando o bando vir lhe buscar. Fizemos muitas fotos dela, embora ela não parasse de sassaricar no alto, andando de um lado pro outro, dificultando.



Nelson, Vivi, Sr. Genys, Ricardo e eu

O calor era tanto, e já comecei a imaginar, vem água por aí. Fui “salva” pela amiga Viviane, que me deu um leque de presente. Até o Ricardo gostou do negócio... kkkkkk Ai se a moda pega...vai faltar leque no mercado...




Depois houve um segundo encontro inesperado com o bando dentro da mata, talvez o primeiro registro delas em ambiente florestal. Mas mesmo com um lifer no cartão, o dia não estava pra passarinho... a pressão atmosférica estava deixando tudo muito estranho.


Saímos de lá e demos uma passada na casa de uns conhecidos do Ricardo, o Nel. Eles produzem farinha de mandioca artesanalmente. Muito legal. Ganhamos um pacote de farinha feita na hora.



Depois passamos na casa do seu Genys na Vila. Ele possui um apiário e comercializa mel de abelhas uruçus, fiquei impressionada com as abelhinhas e lógico, eu que adoro mel, comprei três garrafinhas para trazer para casa. Só tinha ouvido falar desse mel na música do Alceu Valença.





O triste foi passar por locais com árvores derrubadas nas proximidades do Igarapé Mosquito. Aonde o homem vai chegando, vai destruindo tudo, isso no meu modo de ver as coisas, provavelmente quem desmatou deve pensar de forma diferente e acha que está construindo algo e não destruindo. Ponto de vista diferente, somente isso. O futuro dirá quem está certo ou errado.




Almoçamos na D. Maria José e retornamos à área rural próximo ao Igarapé Mosquito. O local é conhecido como Campinaranas da Estrada do Barão. Os bichos nem aí pra gente, nada aparecia. O jeito foi voltar para o hotel.

...conferindo os lifers ...
Descansando um bocadinho

Calor e cansaço juntos
Titãs - Tô cansado!


 Perto de 17:30h, na estrada, quando retornávamos, eu cliquei uma corujinha-buraqueira ao pôr-do-sol. Embora de acordo com meu guia e querido amigo Ricardo, ela seja da categoria "prestanaum", ele fez questão de parar para que eu fizesse essa foto, pois sabe do meu amor pelas corujas. Ah! E ela é lifer fotográfico no Wikiaves para Mâncio Lima, ou seja, um municipal lifer... eh ehhehehehe. 😀😃😄😁😆😅😂🤣



Não passou meia hora e o mundo desabou. Chuva pesada. Passou logo, mas eu entendi que essa foi a razão do desaparecimento das aves. Elas pressentem os temporais.


A explicação do Ricardo foi que “a divergência em altitude, o escoamento em superfície e a termodinâmica, favorecendo a formação de núcleos convectivos isolados, provocaram pancadas de chuva acompanhadas de trovoadas e descargas elétricas”, resumindo, uma forte tempestade de verão. Kkkkk ⚡💦⛈🌩🌧🌦😄😄

Desde a nossa saída de Rio Branco, o Imperador parecia ter um pelo encravado na barba. Durante o jantar ele mostrou para o Nelson, manifestando preocupação com leishmaniose. Eu me preparava pra dormir quando chegou uma foto do Ricardo do dito “pelo encravado”, no nosso grupo wapp, que expulso do seu rosto, mostrou ser um grande e nojento berne, para, felizmente, alívio e nojo do grupo. Poderia ser coisa pior.

Eu estou contando esse episódio nojento por conta de mostrar a necessidade do uso de muito repelente no corpo, uma vez que essas larvas são deixadas na pele pela mosca varejeira. Ainda posso atirar a primeira pedra, pois nunca peguei um, mas eu sempre vou muito protegida pro mato, levando um repelente extra no bolso, roupas de mangas, e perneiras pelo medo de cobras. Não relaxe, é nessa hora, que o desprevenido pode virar a vítima.


Ô berneeeeeeeeeee dos pesadelos! Bem pertinente a música do Titãs, na voz do Nando Reis - Bichos Escrotos ...


09 de Setembro de 2017 (Sábado)

E mais um dia começando, acorda, passa repelente gel no corpo todo, veste a roupa “elegante” de fiscal florestal (rs rs rs), carrega a tralha e simbora pro mato.

Ops! Faltou alguma coisa. Sim, o café. De novo paramos na D. Maria José, Em seguida lá fomos nós para a Várzea ARIE Japiim Pentecoste atrás do formigueiro-grande (Akletos melanoceps).

Chegando lá, o Ricardo conversou com o Sr. Zé Mauro, morador local e seu conhecido, que informou que um vendaval atingira o local e havia danificado várias casas, telhados, etc. E o pior, havia destruído toda a entrada da trilha que a gente pretendia ir. Disse que talvez desse para passar.

Descemos ao local que, teoricamente seria a entrada da trilha, e estava, realmente, tudo destruído.


Eu olhei pro Ricardo e a expressão dele era de puro desespero. A minha mais ainda, mas por motivos diferentes. Ele estava preocupado com a sobrevivência do casal de formigueiros que ali habitava. Eu só pensava: ai, meu Deus do Céu, num vai ter passarinho "prestassim" hoje

O Nelson começou a andar e explorar o local e descobriu uma passagem, embora eu achasse que não ia conseguir passar. O Ricardo deu uma olhada e voltou dizendo que com jeitinho daria pra passar.


Com a ajuda do Ricardo, fui passando pelos obstáculos. Seguimos por ali, desbravando a trilha destruída. Tinha hora que me batia uma agonia, era um tal de sobe por cima de tronco caído, passa por baixo, desvia dos galhos espinhentos e pontudos, nem sempre com sucesso. E eu só tentando poupar os joelhos pensando na Serra do Divisor que estava por vir.

Guardada as devidas proporções, essa foi a parte mais difícil da expedição. Depois de passar a primeira parte, uns 30 minutos de sufoco e desespero, a parte protegida pela floresta estava levemente intacta e seguimos com um pouco mais de tranquilidade. E toca chamar o tal formigueiro e nada. Tantos obstáculos percorridos pra chegar ali e o nem sinal do bicho.


A dama do leque


Aí surgiu um lifer, deixando a gente mais animada. Um bichinho amarelo desbotadinho, mas muito simpático, até rendeu boas fotos. Valeu fruxu-de-barriga-amarela (Neopelma sulphureiventer). Salvou o dia.


E de repente o Ricardo escutou o formigueiro cantando, menos mal, ele estava vivo... mas, ô dificuldade, só cantou longe, e nem se dignou a vir mostrar o biquinho...do jeito que o local estava acabado, a gente não tinha como se aproximar dele, até tentamos, mas os obstáculos eram tantos, que foi melhor desistir. Ainda rolou uma pipira-da-taoca (Eucometis penicillata) e uma choca-canela (Thamnophilus amazonicus).


O duro foi retornar pelo mesmo caminho. Conseguimos! Ufa! Passamos dar um até logo para o Sr. José Mauro em sua vendinha e seguimos de volta para o hotel. Almoçamos, descansamos e fomos arrumar malas.


Viviane e Nelson foram descansar durante a tarde e eu e o Ricardo fomos até Mâncio Lima encontrar e combinar tudo com o Miro. Depois seguimos pra Cruzeiro do Sul comprar uns trecos pra levar para a Serra e algumas coisitas a pedido da Vivi.

Pegamos um temporal do caramba. Foi tenso, milhares de buracos no asfalto, um breu total. Mas deu tudo certo. Depois Ricardo e o Nelson foram cuidar de devolver o carro e combinar o táxi para o aeroporto. Dormimos cedo, porque logo de manhãzinha íamos partir do porto de Mâncio Lima para a Serra do Divisor. Lógico com direito a uma paradinha básica e um café delicioso na d. Maria José e aquele maravilhoso pão com ovo.


Antes de ir para Parte II da Expedição, ouça o vídeo abaixo e depois clique aqui  📌⏮⏮

Maluco Beleza, de Raul Seixas para concluir essa parte.



10 comentários:

  1. Parabéns pela aventura pelo Acre e obrigado por compartilhar fotos e informações. Felicidades.

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  2. Excelente relato e aventura Silvia, parabéns viu, seu blog está muito bom.

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  3. Que memória para lembrar de tantos detalhes 15 dias, duas semanas não é fácil não com tantos obstáculos, parabéns Silvia e Viviane, pela persistência e adversidades, com seu relato da viagem da para ver o que me espera a partir do dia 18 desse mês.

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  4. Que maravilha! Lindo texto Silvia, parece que eu estava la

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  5. Fantástico Silvia, que bela aventura !

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  6. Muito legal a expedição e os achados. Parabéns.
    Marcos Tonizza

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  7. Maravilhosa aventura. Me deixando mais animado por conhecer melhor nossa região do vale do Rio Juruá. Gratidão, volte sempre.

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