Uma das atividades do CEO - Centro de Estudos Ornilógicos constitui-se
na realização de levantamento de aves em áreas militares do
Estado de São Paulo. Esse trabalho engloba várias unidades
militares tais como a Invernada do Barro Branco da Polícia Militar do
Estado de São Paulo; Hospital Militar de Área de São Paulo (HMASP); Escola
Superior de Soldados Cel PM Eduardo Assumpção - Polícia Militar do Estado de
São Paulo; Hospital da Aeronáutica e Campo de Marte; Base Aérea de São
Paulo - Cumbica, Guarulhos; Comando de Policiamento do Interior Sete (CPI-7);
Escola Superior de Sargentos - Polícia Militar; 5º Batalhão de Polícia Militar
Metropolitano e Escola de Especialistas de Aeronáutica - EEAR -
Guaratinguetá.
Recentemente o CEO foi convidado
para recencear as aves da Academia da Força Aérea em Pirassununga. O lugar é
mais conhecido pelo pomposo nome de Ninho das Águias e abriga também a
Esquadrilha da Fumaça. Foi a primeira de muitas vezes que serão
necessárias para cobrirmos a extensa área da Academia.
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A turma quase toda
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Onze de nós se candidataram
para realizar esse trabalho. (Eu, Luiz Fernando Figueiredo, Álvaro
Nascimento, Mário Olyntho, Caetano Beccara, André Ricardo de Souza, Julio Guedes,
Ernesto, Cibele, Adilson Amaral e Sérgio Borges). O evento ocorreu nos
dias 4 e 5 de agosto (2012).
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Amanhecendo... |
No CEO, tudo é feito em equipe,
desde a organização até a finalização do relatório. Fazemos uma pesquisa
prévia no Wikiaves para a cidade e arredores, que serve como ponto de partida.
Enquanto alguns de nós fotografam, outros fazem as devidas anotações, e
alguns gostam apenas de observar as aves e acompanhar o grupo. Ao final é feita
uma compilação das espécies avistadas e identificadas (registradas em
fotos ou não) e entregue à Unidade visitada. Tais levantamentos subsidiam essas
Unidades para a adoção de medidas no sentido da preservação adequada
de suas áreas verdes.
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Adilson |
Conforme o combinado,
saímos após as 21 horas do Hospital da Aeronáutica no Campo de
Marte. Lanchamos no meio do caminho e chegamos no Hotel de Trânsito da Academia
em Pirassununga por volta da meia noite. Eu deixei todo meu equipamento
preparado e fui dormir.
Levantei de madrugadinha e desci
para o desjejum no refeitório. Bem na frente deste tem um extenso gramado,
e logo que terminamos o café, três belas seriemas aguardavam nossas câmeras e
se possível alguns pedacinhos de pão. Acostumadas à presença humana, chegaram a
poucos metros da gente, o que tornou o momento mais emocionante ainda. De
acordo com o administrador Jorge que nos acompanhou por toda nossa estadia, há
muitas seriemas na Academia. Elas costumam transitar livremente por todas as
áreas sem receio de serem molestadas pelas pessoas.
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As belas Seriemas (Cariama cristata) ... |
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Posando para os fotógrafos... |
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Olyntho se aproximando para clicá-las... |
Logo após o "book" das
seriemas, saímos para conhecer os arredores, descendo do carro em alguns
trechos para caminharmos no meio de matas, ao redor de lagoas, banhados e
algumas trilhas. A manhã foi muito proveitosa, rendeu vários lifers para mim e
muitas fotos lindas que vão compor o nosso relatório. Até garça-real nós
registramos.
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Garça-real (Pilherodius pileatus) |
Almoçamos no refeitório e
descansamos um pouco após o almoço. Por volta de 15:30h saímos novamente
para conhecermos outras áreas da Academia, inclusive às margens do Rio
Mogi-guaçu. Visitamos um jatobá milenar. Coletamos muitos registros para nossa
lista. Ao escurecer, usamos lanternas para procurar corujas. De repente o meu
colega Olyntho ouviu uma juruva-verde e deu sinal de luz para o carro da frente
parar. Fizemos uso do play-back e ela veio, linda, pousou a poucos metros e
apenas por alguns segundos, o suficiente para eu realizar um
sonho...avistar e fotografar uma juruva-verde. Nem acreditei. O
Beater-beamer-extender ajudou muito. Em seguida, após avistarmos um bacurau,
tocamos o play-back e o pedaço ficou agitado, alguns bacuraus sobrevoaram
agitados sobre nossas cabeças, fazendo-nos correr de um lado para o outro, para
verificar qual espécie e uma fotinho, lógico. Por fim uma corujinha-do-mato
finalizou a nossa noite fazendo pose, caras e bocas, digo, caras e bicos...
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Juruva-verde (Baryphthengus ruficapillus) |
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Corujinha-do-mato (Megascops choliba) |
Voltamos para o Hotel, tomamos
banho, colocamos os equipamentos para carregar e fomos para a cidade comer
pizza. Essa também é uma das coisas boas de ser membro do CEO. Há muita
integração entre as pessoas e a gente se diverte muito. Voltamos logo para
dormir, pois o domingo prometia.
Acordamos bem cedinho e seguimos
diretamente para a Fazenda. Não é simplesmente uma fazenda, é um
complexo rural, onde moram pessoas e também onde é gerada grande parte dos
insumos para alimentação das pessoas que moram ou transitam pela Academia.
Desde leite, manteiga, queijo, iogurte, café, pão, bolo, arroz, frutas, animais
de abate, etc. Há inclusive mercado e capela. Nosso desjejum foi servido na
Fazenda e eu afirmo, nunca tomei um iogurte tão gostoso como o fabricado lá.
Tanto que adquiri no mercado três e trouxe para casa. Na praça da Fazenda
há um pomar. E uma paineira muito grande. Quer melhor do que fotografar um
bando de papagaios, periquitos-de-encontro-amarelo, pica-pau-anão-escamado,
saíras, enquanto enche a pança de deliciosas laranjas e jabuticabas
madurinhas?
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Periquito-de-encontro-amarelo (Brotogeris chiriri) |
O administrador Jorge, seu filho
Eduardo e o cadete Anderson nos levaram para lugares belíssimos. Aliás, ficaram
superempolgados com a nossa visita e as nossas técnicas usadas para buscar e
localizar aves. Visitamos lagoas, matas ciliares, mangueiros, chiqueiros,
campos, canaviais, plantações de batatas, de laranjas, etc.
De repente, paramos em um lugar
surpreendente: um enorme paredão que me lembrava a Chapada dos Guimarães, só
faltou araras-vermelhas. Parecia cenário de filme. Havia apenas bandos de
andorinhas. Mas foi um belo avistar. No retorno outra surpresa: um Jequitibá-rosa
milenar, que nos cobriu de encantos.
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Eu |
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Álvaro |
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A turma ao lado do Jequitibá de 1613 anos |
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Sr Beccara e Olyntho |
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André Ricardo |
Retornamos para o almoço e após uma
homenagem patrocinada pelo amigo Sérgio Borges ao membro mais velho em idade do CEO - o Tenente Beccara (89
anos), voltamos prá São Paulo, com uma única certeza no coração: esse
lugar irá nos receber muitas vezes ao longo dos próximos anos, porque as quase
120 espécies que catalogamos num único fim de semana é só o começo para uma
longa lista de aves. Há muito o que explorar tanto na Academia como na região
de Pirassunga.
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Sérgio, Sr. Beccara, Álvaro e Luiz Fernando |
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Sr Beccara plantando árvores por onde passa. |
Nossa próxima visita já está agendada para 10 e 11 de
novembro de 2012, porém a participação é restrita aos associados do CEO. No
entanto, qualquer pessoa pode pleitear a sua associação. A taxa é
anual e simbólica. Clique aqui caso
queira saber mais.
Texto e fotos: Silvia Linhares
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