quinta-feira, 22 de março de 2012

Bebedouros para beija-flores

Material copiada do site www.ceo.org.br


Antonio Wuo, colocando seus bebedouros
de beija-flores. Mogi das Cruzes, SP.
  
A finalidade do bebedouro para beija-flores é atrair estas aves para os jardins, varandas, janelas. O bebedouro não substitui as necessidades nutricionais dos beija-flores, já que o néctar tem outros nutrientes além do açúcar e além disto, os beija-flores se alimentam também de pequenos insetos e artrópodes, de onde obtêm proteínas.

Para quem tem disponibilidade de espaço, o ideal é o plantio de diversas espécies vegetais que fornecem néctar, além de outras que fornecem materiais para a construção de ninhos. A manutenção de áreas arborizadas fornece também abrigos para estas aves, bem como permite a proliferação dos pequenos insetos dos quais elas se alimentam. Mesmo assim, os bebedouros podem ser usados como uma estratégia para trazê-los até bem perto de nós, permitindo que possamos observá-los em detalhe.

Alguns usam os bebedouros pelo prazer de ver os beija-flores virem beber a água açucarada chegando a pousar em nossa mão. Esta experiência é importante na medida em que permite às pessoas vivenciarem uma forma contemplativa das aves, sem a necessidade de aprisioná-las em gaiolas. Esta é também uma ótima oportunidade para fazer a educação ambiental de crianças e adultos.
 
Como fazer bebedouros artesanais em casa

Que alimento colocar nos bebedouros?
A concentração de açúcar indicada é de 20% (1 parte de açúcar para 4 partes de água) por ser parecida com a concentração do néctar. Não coloque mais nada além de água e açúcar.
Existem hoje no mercado produtos exclusivos para a alimentação de beija-flores, que contém, além do açúcar, vitaminas e outros produtos. Entretanto, é controvertida a necessidade do uso desses produtos, já que não teriam na prática nenhuma vantagem com relação ao uso do açúcar comum e, eventualmente, alguns dos componentes dessas fórmulas poderiam ter contra-indicações para os beija-flores. Algumas instituições relacionadas com beija-flores e aves em geral têm se preocupado com esse assunto e manifestado sua opinião. 

Veja a respeito em:
Problemas com os bebedouros
De qualquer forma, sempre que alguém for colocar água açucarada para beija-flores deve tomar as precauções de higiene indicadas: troque a solução com frequência, de preferência diariamente. Faça uma limpeza adequada do bebedouro. O interior pode ser limpo com uma escova do tipo de limpar mamadeira ou das usadas em laboratórios para limpar tubos de ensaio, chamadas de gaspilhão. Na falta destas pode-se usar areia grossa ou arroz: joga-se um pouco dentro do recipiente com um pouco de água e sacode-se bem. É comum no interior desenvolver-se algas que vão escurecendo a superfície. O tubinho por onde a ave suga a solução também deve ser limpo internamente. Evite corolas ou outros ornamentos que dificultam a limpeza. O bebedouro pode também ser deixado por meia hora dentro d'água com um pouco de água sanitária. Enxague bem. O uso de bebedouros feitos em casa utilizando garrafas vazias de água ou refrigerantes tem a vantagem de poderem ser jogados fora e trocados mais frequentemente. Pegue uma garrafa de plástico de refrigerante ou água mineral, tipo descartável, de 500 ml ou menor. Esquente um prego bem fino e faça um furinho na base da garrafa. Pinte em torno do furinho com esmalte vermelho. Pendure a garrafa com um arame.
Formigas podem vir até o bebedouro. Para evitá-las basta colocar no suporte em que está pendurado um pedacinho de estopa, algodão ou um pano qualquer e embebê-lo com óleo queimado.
Abelhas ambém podem ser atraídas ao bebedouro, às vezes em grande quantidade, impedindo que as aves se aproximem. Diversas medidas podem ser tomadas para afastá-las:
1- Retire as flores dos bebedouros, se tiver. Para os beija-flores basta o tubinho ou mesmo só um furinho com uma marca vermelha em volta para atraí-lo. As flores ajudam a atrair abelhas e também servem como local para pousarem.
2- Retire os bebedouros durante alguns dias, até que as abelhas desapareçam. Coloque-os em seguida em lugares diferentes de onde estavam. Os beija-flores os acham com facilidade, mas as abelhas podem demorar um pouco mais para descobri-los.
3- Use um tubinho mais comprido. Os beija-flores alcançam a água açucarada pois enfiam o bico no tubinho. Já as abelhas podem ter dificuldade para fazer isto. Óleo de cozinha usado também pode espantar as abelhas, que não toleram o cheiro.
4- Use um bebedouro bem simples, feito em casa, como explicado acima, ou o bebedouros "Jonas", mostrado abaixo. Não use tubinho. Passe óleo vegetal na base da garrafa e principalmente em torno do furinho. As abelhas terão dificuldades em pousar, pois escorregarão no óleo.

5- Faça um bebedouro doméstico como explicado. Sobre o furinho, coloque uma pequena tira de plástico (retire esta tira de outra garrafa, estas de 2 litros por exemplo) com 3-4 mm de largura. No meio da tira faça um furinho um pouco mais largo que o da garrafa (3 mm mais ou menos). Pregue a tira de plástico sobre a garrafa (use esparadrapo ou alguma boa cola) de modo que o furo da tira coincida com o furo da garrafa, porém fique distante dele uns 5 mm. Os beija-flores enfiarão o bico pelo furo da tira, alcançando o furo da garrafa, porém as abelhas não conseguirão fazer isto. A distância da tira da garrafa tem que ser menor que o tamanho das abelhas, para que elas não entrem por debaixo da tira. Pinte em torno do furinho da garrafa de amarelo (3-4 cm de diâmetro) e em torno do furinho da tira de plástico de vermelho, com 1 cm de diâmetro. Dará assim um efeito de flor natural e o vermelho guiará os beija-flores ao furinho. Para limpar debaixo da tira, use um pincel.
Não use inseticidas ou qualquer outro produto químico para espantar as abelhas, pois poderá contaminar os beija-flores.
Morcegos podem visitar os bebedouros à noite. Embora os morcegos nectarívoros não sejam transmissores habituais da raiva, como são os morcegos hematófagos, essas espécie também pode albergar o vírus da raiva, já tendo sido encontrado espécime infectado na cidade de São Paulo. Desta forma, o contato com morcegos de qualquer espécie deve ser sempre evitado. Em nosso meio a espécie que mais frequentemente frequenta bebedouros é o morcego-beija-flor, Glossophaga soricina.




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