quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Meu primeiro milhar de espécies de aves. Metas propostas, metas atingidas! Assim que eu gosto!


Quando comecei a ver as fotos belíssimas que os amigos começaram a fazer do maxalalagá (Micropygia schomburgkii) na Flona Brasília, doravante apelidado de "mala-lalagá" ou simplesmente "malinha", eu fiquei super a fim de registrá-lo. Em conversa com as amigas Rose Almeida e Fernanda Fernandex, decidimos ir as três ver o bicho, guiadas pelo grande Jonatas Rocha.

Rose, Jonatas, eu e Fernanda

Havia a possibilidade de eu concluir meu milhar de fotos de espécies de aves de ocorrência no Brasil. A Fernanda estava super empolgada com a ideia de eu completar esse número em Brasília. A lista de possibilidades era pequena, somente 32 e tudo espécies difíceis. Eu precisava de "apenas" cinco, mas sabia que não seria nada fácil.  Um desafio e tanto, mas vamos tentar.

Também iria aproveitar a viagem para conquistar minha bandeirinha do Estado do Goiás que será costurada no meu colete fotográfico. E ficou assim definido: dois dias em Brasília e dois em Cocalzinho de Goiás.

Cheguei na sexta no fim do dia e a amiga Fernanda, além de me apanhar no aeroporto, gentilmente me hospedou em sua casa, que tem um delicioso quintal e uma encantadora cachorra chamada Bibi. No caminho, fomos agraciadas com uma lua cheia de encher os olhos.

 
1º dia - 01/08/2015 (Sábado)

Pulamos cedo da cama, tomamos café e fomos para a Flona encontrar o Jonatas que iria nos guiar nos 4 dias. No caminho apanhamos a Rose. Ansiosas lá fomos nós, todas equipadas e paramentadas, começar a nossa passarinhada. 

No caminho até o "malinha", tentamos o joão-grilo (Synallaxis hypospodia), como todo Synallaxis é enjoado que só e nem se dignou a dar as caras. Então seguimos para o ponto do "malinha". Jonatas preparou tudo, nos posicionou, sentamos na relva sob um morno sol de inverno e lá estávamos nós a esperar o bicho, quase sem respirar, sem se mexer, com o coração na boca. 

Medindo a luz na bota do Jonatas, local onde esperávamos que o maxalalagá apareceria
E ele vocalizou, mas nos deixou ali plantadas na grama e nem tchum pra gente. Deixamos para tentar novamente no dia seguinte. No caminho vimos alguns beija-flores. Consegui melhorar minha foto de outro Synallaxis, o petrim (Synallaxis frontalis). E aí fomos em busca do tapaculo-de-brasília (Scytalopus novacapitalis). Embora não fosse lifer, é sempre um presente para os olhos ver esse pequenino. Ele é mesmo encantador. Era um lifer muito desejado pela Rose. A Fernanda fez um lifer no mesmo local: pula-pula-de-sobrancelha (Myiothlypis leucophrys). 

tapaculo-de-brasília (Scytalopus novacapitalis)
Entramos numa matinha e o Jonatas chamou o limpa-folha-do-brejo (Syndactyla dimidiata). Pela nossa experiência com ele naquele local, tínhamos certeza que ele não daria as caras, ele veio, mas nunca vi um bicho tão arisco, enfim, deu foto postável, era o primeiro dos cinco lifers que eu necessitava para fechar o milhar. Ao sair da mata, a Fernanda sentiu queda de pressão e tontura, a vista escureceu, e tivemos que deitá-la no chão para que a nossa médica-passarinheira, Dra Rose, pudesse examiná-la. Conclusão: desidratação. Essa época do ano, Brasília tem umidade lá embaixo. Por isso, fica o conselho, sempre beba MUITA água durante as passarinhadas (vale uma cervejinha de vez em quando rsrsrs). Após a Fernanda sentir-se melhor, e logo depois de um descanso e um breve lanchinho sob a sombra das árvores, continuamos nossa busca pelas belas aves do cerrado. 

Fernanda se recuperando
Sorria...ou não kkkkkkkkkkkkkkkk
No meio do caminho observamos dois gaviões-caboclo (Heterospizias meridionalis), provavelmente um casal. Deram um show no ar, um deles tinha um ratinho predado numa das patas. Logo em seguida um casal de sanhaçu-de-fogo (Piranga flava) forrageava por perto. Com a proximidade da primavera, o amor está no ar. Casais preparam-se para procriar, cortejam as fêmeas, escolhendo seu par. Começam a tecer seus ninhos.

gavião-caboclo (Heterospizias meridionalis)
sanhaçu-de-fogo (Piranga flava)
Seguimos a um dos "hotspot" que o Jonatas conhece para ver a sanã-castanha (Laterallus viridis). Duas se apresentaram, desfilaram na passarela sob uma linda luz de fim de tarde. Ficamos exultantes de felicidade.

sanã-castanha (Laterallus viridis)
sanã-castanha (Laterallus viridis)
Já sem luz nenhuma, o Jonatas chamou o inhambu-chororó (Crypturellus parvirostris), bicho que sempre tachei de fantasminha das matas, pois ouvi várias vezes, mas nunca consegui ver. Também vieram em dupla, meio longe, mas deu para registrar. Foi muito emocionante ver esses pequeninos tinamídeos.
inhambu-chororó (Crypturellus parvirostris)
À noite, super cansadas, fomos agraciadas com um jantar preparado com estilo pelo amigo Hermínio, esposo da Rose. Foi delicioso, em todos os sentidos, o carinho do casal e das filhas Carol e Camila, a comida propriamente dita, os risos e histórias sobre os acontecimentos do dia. E assim, terminamos o dia, indo pra casa dormir cedo, cheias de expectativas para o dia seguinte.


2º dia - 02/08/2015 (Domingo)

Acordamos bem cedo e fomos para a Flona mais uma vez tentar o "malinha". No caminho, deixei cair a preciosa garrafa de café quentinho que a Fer preparou com todo o carinho do mundo, e pronto, ela quebrou-se. Eu fiquei arrasada. Mas quando fomos apanhar o Jonatas, lá vem ele com uma garrafa térmica na mão, e um cafezinho "da hora". Bão demais, como se fala lá em Minas Gerais. Eita vício danado. 

Rose, eu, Fernanda e Jonatas
Chegamos na Flona, encontramos com a Rose que só iria ficar a parte da manhã e fomos logo em busca do "malinha". Como era o grande o movimento de ciclistas, achamos que ele se intimidou e resolveu não aparecer de novo, me deixando um bocado angustiada. Ainda por cima, o Jonatas não tinha conseguido localizar sua carteira, havendo a possibilidade de tê-la perdido em alguns dos pontos onde paramos para fotografar no dia anterior. Olhamos num ou noutro ponto e nada. Eu fico tensa quando isso acontece, pois sei o quanto perder algo é incômodo, ainda mais quando é documento e etc.

Jonatas pegando no meu pé, literalmente rs rs rs
Resolvemos tentar meu terceiro lifer em Planaltina, bem do lado oposto de onde estávamos. O foco seria o cara-dourada (Phylloscartes roquettei). Chegamos sob um forte sol e um calor escaldante e nada do cara-dourada. Os bichos estavam escondidos, não rolava nem possibilidade de lifer nem de foto bonita de qualquer bicho. O cansaço foi batendo e me abatendo, e eu fui ficando insuportavelmente mau-humorada e reclamona. Agora dou risada, mas devo ter ficada a coisa mais chata do mundo, nem eu estava me agüentando, imagina a Fernanda e o Jonatas. Coitados. 

Deu para fazer foto do canário-do-mato (Myiothlypis flaveola), melhorei muito o meu registro do beija-flor-tesoura-verde (Thalurania furcata), chorozinho-de-chapéu-preto (Herpsilochmus atricapillus), gritador (Sirystes sibilator) e consegui clicar o garrinchão-de-barriga-vermelha (Cantorchilus leucotis) em baixíssima velocidade ante a falta de luz e no "muque". Gostei do resultado. 
chorozinho-de-chapéu-preto (Herpsilochmus atricapillus)
gritador (Sirystes sibilator)
beija-flor-tesoura-verde (Thalurania furcata)
canário-do-mato (Myiothlypis flaveola)
garrinchão-de-barriga-vermelha (Cantorchilus leucotis)
E ficamos esperando escurecer para tentar o joão-corta-pau (Antrostomus rufus), que vocalizou bonito, mas não quis me dar a honra de fotografá-lo e fazer meu terceiro lifer. Tentamos o caburé-acanelado (Aegolius harrisii), que muito vocalizou, mas não saía do lugar, e quando a gente se aproximava, aí ele mudava de galho, chegamos a vê-lo, mas não deu chance de foto.

Confesso que fui dormir no limite do cansaço e da frustração. Depois que passa, a gente vê como a gente se deixa influenciar por bobagem. Impregnamos, mesmo sem perceber, a nossa alma com energia negativa e isso não é bom. Mas nada como um dia atrás do outro. E buscar superar esse meu estado de espírito era minha meta. Uma noite bem dormida me ajudaria, com certeza, no dia seguinte.

Tínhamos mudados os planos. Por termos recebido notícia dos amigos que o topetinho-vermelho (Lophornis magnificus) estava dando mole no Jardim Botânico de Brasília - JBB, decidimos fazer bate e volta em Cocalzinho de Goiás e ir em busca do topetinho, por ser um lifer certo. O problema é que o JBB fecha nas segundas, então na segunda iríamos bem cedo a Cocalzinho e na terça ficaríamos em Brasília.

3º dia - 03/08/2015 (Segunda-feira)

Saímos bem cedo e logo recebemos a primeira boa notícia do dia, a carteira do Jonatas resolveu tomar um banho na máquina de lavar e ficou escondida na calça dele esperando esse momento. Ainda bem que saiu intacta do banho. Ficamos todos aliviados. No caminho o Jonatas disse ter sido contatado pelos amigos Vitor Piacentini e Wagner Nogueira pedindo dicas sobre o chupa-dente em Cocalzinho. Passamos mensagem para eles nos encontrarem na Fazenda Hotel Tabapuã dos Pireneus, onde faríamos day-use.

Assim que chegamos lá fomos em busca do mineirinho (Charitospiza eucosma), espécie que gosta de forragear em áreas queimadas, que infelizmente havia muita, decorrente de incêndio ocorrido em dias anteriores. Era como procurar agulha num palheiro, não encontramos nem sinal do bicho. Eu fui ficando nervosa, ansiosa e muito chata. 

Área incendiada - de doer o coração
Mas para animar o dia, nada melhor do que clicar um "bando" de bandoletas (Cypsnagra hirundinacea) assanhadas, o que me fez lembrar da minha amiga Chayene. Vimos primavera (Xolmis cinereus), noivinha-branca (Xolmis velatus), patativa (Sporophila plumbea), andorinha-morena (Alopochelidon fucata) e ainda um filhote de veadinho, talvez à procura de sua mãe, que pode ter perdido durante o incêndio. Tomara que não.

bandoleta (Cypsnagra hirundinacea)
Fernanda e Rose
primavera (Xolmis cinereus)
Filhote
noivinha-branca (Xolmis velatus)
patativa (Sporophila plumbea)
Chegando na sede da Tabapuã dos Pireneus, logo na entrada fizemos fotos maravilhosas da graúna (Gnorimopsar chopi) e canário-da-terra-verdadeiro (Sicalis flaveola). 

graúna (Gnorimopsar chopi)
canário-da-terra-verdadeiro (Sicalis flaveola)
Fomos para uma deliciosa e refrescante mata (trilha da cachoeira) e de cara o Jonatas ouviu o limpa-folha-do-brejo (Syndactyla dimidiata), que veio "dimidiato" respondendo ao play-back, na realidade havia vários deles e não eram ariscos como o da Flona. Detalhe: é lifer para Cocalzinho no Wikiaves. 

limpa-folha-do-brejo (Syndactyla dimidiata)
Fizemos fotos lindas deles e ainda de outros bichinhos como a  pipira-preta (Tachyphonus rufus) e o  trinca-ferro-verdadeiro (Saltator similis), etc, no entanto, nenhum lifer para eu completar meu milhar. Quando saímos da trilha, por volta de 13:30h, um canário-da-terra-verdadeiro (Sicalis flaveola) deu um show se olhando nos vidros e retrovisores do carro da Fernanda. Logo em seguida encontramos os meninos Vitor Piacentini e Wagner Nogueira. Foi aquela confraternização. Trocamos idéias, tomamos cerveja e eles então se foram e nós fomos para outra trilha, a da tirolesa.

pipira-preta (Tachyphonus rufus)
Wagner, Vitor, Jonatas, Fernanda, Rose e eu
Partimos em busca do gavião-bombachinha-grande (Accipiter bicolor). O Jonatas já o avistara nesta trilha em outras oportunidades e os meninos confirmaram tê-lo visto por lá. Vai daqui, vai dali, a Rose viu o rabinho do bicho. Começou a vocalizar e eu só lembrava do celular da amiga Claudia Brasileiro nos despertando, pois ela usa como despertador o som desse gavião. Uma hora olhei pra cima e lá estava ele, lindão, pousado, nos olhando. Terceiro lifer: check

gavião-bombachinha-grande (Accipiter bicolor)
Faltavam só dois. Ainda fizemos fotos bonitas do quiriquiri (Falco sparverius), joão-porca (Lochmias nematura), beija-flor-de-orelha-violeta (Colibri serrirostris), balança-rabo-de-máscara (Polioptila dumicola) e fogo-apagou (Columbina squammata), esta com uma luz do entardecer maravilhosa. Finalmente eu estava novamente relaxada. Foi um dia maravilhoso.

joão-porca (Lochmias nematura)
quiriquiri (Falco sparverius)
- "Cheirinho no cangote"... fogo-apagou (Columbina squammata)
- "Ui, arrepiei!" rs rs rs - fogo-apagou (Columbina squammata)
 4º dia - 04/08/2015 (Terça-feira)

Acordamos super cedo, chegamos na Flona e antes de ir atrás do "malinha", eu, Fernanda e Jonatas resolvemos tentar o inhambu-chororó (Crypturellus parvirostris) de novo. Desta vez deu fotão. 

inhambu-chororó (Crypturellus parvirostris)
Mas vamos ao "malinha". Dez a zero para ele. Uma briga de falcões-de-coleira contra um invasor de ninho, um chato de um carcará, muito perto do ponto quente, resultou numa barulheira infernal e o maxalalagá, que é muito sensível, se mandou do pedaço, deixando-nos, mais uma vez, chupando o dedo. Partimos então para o Jardim Botânico, com certeza lá eu conseguiria o nº 999, que seria o topetinho-vermelho, se ele me desse mole, é lógico.

Chegando lá conheci os amigos até então apenas virtuais, Paulo Lahr e sua esposa Rosilene, Leninha e Tancredo Maia Filho. 

Paulo, eu, Tancredo, Fernanda e Leninha - foto by Jonatas Rocha
Fomos até o ponto do topetinho e estou lá na espera, eis que o Tancredo me puxou e falou: - "Ali ele, onde eu o fotografei ontem". Ele não decepcionou, ficou um tempão encantando a todos, pena que estava numa área de sombra. Fiz só 346 fotos dele. Quarto lifer e 999ª espécie: check

topetinho-vermelho (Lophornis magnificus)
Para fechar ainda fizemos lindas fotos da saíra-de-papo-preto (Hemithraupis guira). 

saíra-de-papo-preto (Hemithraupis guira)
Resolvemos dar um tempo no portão do parque até passarem as horas mais quentes, e numa pocinha, passarinhos se divertiam se refrescando e a gente se divertia fotografando eles. Os sabiás dominavam o pedaço, sabiá-barranco (Turdus leucomelas), sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris) e sabiá-poca (Turdus amaurochalinus). 

sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris)
sabiá-barranco (Turdus leucomelas)
sabiá-poca (Turdus amaurochalinus)
Outros como um papa-capim-de-costas-cinzas (Sporophila ardesiaca), um casal de saí-andorinha (Tersina viridis), um cabeçudo (Leptopogon amaurocephalus), a saíra-amarela (Tangara cayana), a pipira-da-taoca (Lanio penicillatus),  tinham que esperar a vez. É ... a vida dos passarinhos pequenos é muito perigosa e difícil, tal qual no livro da  jornalista e observadora de aves Miriam Leitão.

saí-andorinha (Tersina viridis)
cabeçudo (Leptopogon amaurocephalus)
saíra-amarela (Tangara cayana)
pipira-da-taoca (Lanio penicillatus)
papa-capim-de-costas-cinzas (Sporophila ardesiaca)
Não tinha conseguido a milésima espécie nem o maxalalagá, mas estava hiper feliz. Tinha tido uma manhã de muita alegria e leveza. Mas o Jonatas não se deu por vencido. Havia uma chance do quinto lifer, que seria a maracanã-do-buriti (Orthopsittaca manilatus). Embora fosse mais fácil vê-la pela manhã, a gente ia tentar à tarde. Ele conversou com o Thiago T. Silva por celular e perguntou se era possível encontrá-la no sítio do pai dele. O Thiago passou uma dica "da hora". Falou para a gente passar antes pelo Pesque-pague Sol Nascente em Planaltina que tinha umas veredas muito legais por lá, o que aumentaria nossas chances. E lá fomos nós.

Chegando lá, conversando com o vizinho do Pesque-pague, ele nos disse que na horta dele, onde tinha uns buritis, costumavam vir araras azuis e jandaias no fim do dia. Ele quis dizer: arara-canindé (Ara ararauna) e maracanã-do-buriti (Orthopsittaca manilatus). 

A luz estava dura ainda, mas nos distraímos com um picapauzinho-anão (Veniliornis passerinus), uma viuvinha (Colonia colonus), um casal de maria-faceira (Syrigma sibilatrix). 

picapauzinho-anão (Veniliornis passerinus)
viuvinha (Colonia colonus)
Logo, bandos de arara-canindé (Ara ararauna) começaram a surgir, renovando minhas esperanças. 
arara-canindé (Ara ararauna)
Um dos sonhos da Fernanda era clicar o limpa-folha-do-buriti (Berlepschia rikeri). Então, o Jonatas trouxe alguns com o play-back para nosso deleite. A Fer fez fotão do bicho voando.

limpa-folha-do-buriti (Berlepschia rikeri)
E de repente, quase 5 da tarde, no buritizal do vizinho, "murmúrios psitacídicos" diferentes, não eram de araras, nem de periquitos, então...só podiam ser elas, as maracanãs...Será, será? Não conseguíamos ver nada, só ouvir. O Jonatas deu a volta para ver se conseguia ver algo e eu e a Fer ficamos ali tentando bisbilhotar o buritizal. Então a Fernanda viu uma coisa verde de relance, aí foi só aguardar...de repente, um rabinho, depois uma parte do corpo, para mim uma carinha já seria suficiente...sendo postável, estaria valendo. A Fernanda arrumou até um banco para eu usar de apoio.

Eu by Fernanda
Mas foi melhor do que eu esperava. De repente, com uma luz perfeita, uma delas sai das entranhas do buriti e começa a se alimentar, eu fiquei encantada, mas o melhor estava por vir, um filhotão surgiu e ela começou a alimentá-lo. Aí foi demais, fiquei passada, só clicando, clicando, mais de 500 cliques em menos de 25 minutos. Aí veio um carrapateiro e espantou todas. Nós nos abraçamos e nos emocionamos juntos. 1000ª espécie: check!!! Foi indescritível o sentimento de missão cumprida.  Valeu demais a dica Thiago T. Silva.

maracanã-do-buriti (Orthopsittaca manilatus)
maracanã-do-buriti (Orthopsittaca manilatus)
maracanã-do-buriti (Orthopsittaca manilatus)
E para finalizar o dia, cliquei um pombão (Patagioenas picazuro) albino ou leucístico.

pombão (Patagioenas picazuro)
Realizados, voltamos felizes que só, e ainda rolou um barzinho à noite com a galera passarinheira do DF. Pena que só alguns foram, a Carla, o Valdi, o Henrique e o meu querido companheiro de Laguna Nimez, Jorge Matos. Infelizmente a Rose não pode estar presente nesse dia, pois acompanhava uma amiga que ia fazer cirurgia. Soube hoje que correu tudo direitinho e a moça passa bem. Em quatro dias rodamos quase mil km...
Carla, Henrique, Jorge, eu, Fernanda e Valdi
Mil Espécies

Eu gostaria de deixar um agradecimento especial para cada um que participou comigo na consecução desse objetivo: 1000 espécies. É super legal se impor objetivos e cumpri-los. Espero muito ter aprendido as lições que surgiram durante essa jornada. São quatro anos observando e fotografando aves, e estudando também. Embora seja impossível citar todas as pessoas, ao mencionar apenas algumas, corro o risco de cometer injustiças e deixar outras de fora. Eu peço que me perdoem se isso acontecer, mas eu preciso agradecer aquelas que foram cruciais nesse empreendimento.

A começar pelos amigos Carlos Godoy e Carmen Bays Fiqueiredo com quem eu fiz a primeira observação de aves em Ubatuba/SP.

Depois devo agradecimentos ao amigo e colega de trabalho André Ricardo de Souza o fato de eu ter entrado para o CEO - Centro de Estudos Ornitológicos, crucial para o meu aprendizado. 

Reservo um espaço especial a todos os amigos do CEO pelos ensinamentos e deliciosas passarinhadas, valorosos nessa jornada, em especial o amigo Luiz Fernando Figueiredo que foi meu mentor e de quem sou fã de carteirinha.

Como não citar a deliciosa companhia das amigas Viviane de Luccia, Rosemarí Julio, Hideko, Claudia Brasileiro, Elenice Furlan, Sandra Cesari, Maria Albers, Chayene, Tietta, Martha Argel, Claudia Komesu, Mariza Sanches, Monica Ruiz, Claudia Rodrigues, Leila Esteves e muitas outras que estiveram em campo comigo. 

E os amigos super companheiros de passarinhadas como o Jarbas Mattos, Marco Guedes, André Briso, Leonardo Sanchez, Maicon Mohr, Ubaldo Bergamin, Guto Carvalho, Marco Silva, Fabio Vasconcelos, Marco Cruz, Ricardo Gentil, Arthur Cintra, Gustavo Pinto, Norton Santos, Rogério Carlos Machado, Mauricio Merzvinskas, Kleber Silveira, Cleber Ferreira, Fabio Olmos, Gui Battistuzzo, Evaldo Césari, Dário Sanches, Flávio Guglielmino, Luis Roberto, Julio Silveira, Sergio Gregorio, Vilde, Nelson Cabral e muitos outros.

Reinaldo Guedes, estou editando o post porque quero mencionar você aqui e agradecer de coração a existência do WikiAves, pois foi por meio dele que mantive minha lista até chegar aqui e também onde. admirando as belas fotos, pude escolher aonde ir e o que fotografar. É sem dúvida o melhor site do mundo, tanto em beleza, comunidade como pesquisa. Espero continuar colaborando por muitos anos.

Claudio C. Maretti, quero compartilhar a emoção dessa conquista com você, graças ao que ainda nos resta de natureza, eu ainda pude realizar o sonho de observar e fotografar metade da nossa avifauna, vida longa às UC e à sua gestão, que tem tudo para ser a melhor. 

E o que dizer dos guias, que vou citar em ordem alfabética Adrian Rupp, Alejandro Olmos, Batista, Betinho, Bruno Lima, Cal Martins, Carlos Rizzo, Ciro Albano, Demis Bucci, Edson Endrigo, João Paulo F. Silva, Jorge Lopes, José Robson, Octavio Campos Salles, Rafael Fortes, Renato Paiva, Ricardo Mendes, Thiago Carneiro e Valdir Hobus, que tanto se empenharam e me ajudaram a construir e alcançar essa marca. São uns santos, pois haja paciência, viu. rs rs rs

Por fim eu não posso deixar de citar os que estiveram torcendo por mim nos últimos e cruciais momentos, minhas queridas amigas Fernanda Fernandex e Rose Almeida, que enfrentaram desde a minha frustração, o meu mau humor, muito cansaço, fome, sede, frio, calor, dores pelo corpo, até o êxtase e a alegria de compartilharmos bons e felizes momentos (desculpem-me pelo gavião-caboclo rs rs rs) e o incansável, dedicado e paciente guia Jonatas Rocha, que não poupou esforços para fazer com que eu alcançasse as mil espécies, mesmo me "zuando" no final rs rs rs. Sofremos juntos, mas comemoramos num grande abraço. 

Homenagem da Fernanda e do Jonatas
E nem na hora das mil, a Fer e o Jonatas me perdoaram, foi uma zoação só! - foto by Fernanda

 Meu muito obrigada a todos. Todos sem exceção, amigos reais ou virtuais.



6 comentários:

  1. Birding Lady nota Mill Parabéns Silvia por sua persitência e alegria!!! Um orgulho ter compartilhado alguns pedacinhos dessa magnifica história
    - Guto

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  2. Que estória boa e bem contada, Sílvia.
    1000?!! Parabéns! Que venham as outras 1000.

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    1. Valeu Daniel, precisamos marcar uma passarinhada na sua terra. Grande abraço.

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  3. Parabéns pela marca alcançada, realmente um sonho para todos.
    Essa semana pretendo chegar nas 500.

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  4. Que beleza Silvia!!! Parabéns novamente pelas 1000 espécies e por toda essa passarinhada e relatos super bacanas... Abraço!

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