Quando comecei a ver as fotos belíssimas que os amigos começaram a fazer do maxalalagá (Micropygia schomburgkii) na Flona Brasília, doravante apelidado de "mala-lalagá" ou simplesmente "malinha", eu fiquei super a fim de registrá-lo. Em conversa com as amigas Rose Almeida e Fernanda Fernandex, decidimos ir as três ver o bicho, guiadas pelo grande Jonatas Rocha.
Rose, Jonatas, eu e Fernanda |
Havia a possibilidade de eu concluir meu milhar de fotos de espécies de aves de ocorrência no Brasil. A Fernanda estava super empolgada com a ideia de eu completar esse número em Brasília. A lista de possibilidades era pequena, somente 32 e tudo espécies difíceis. Eu precisava de "apenas" cinco, mas sabia que não seria nada fácil. Um desafio e tanto, mas vamos tentar.
Também iria aproveitar a viagem para conquistar minha bandeirinha do Estado do Goiás que será costurada no meu colete fotográfico. E ficou
assim definido: dois dias em Brasília e dois em Cocalzinho de Goiás.
Cheguei na sexta no fim do dia e a amiga Fernanda, além
de me apanhar no aeroporto, gentilmente me hospedou em sua casa, que tem um
delicioso quintal e uma encantadora cachorra chamada Bibi. No caminho, fomos
agraciadas com uma lua cheia de encher os olhos.
1º dia - 01/08/2015 (Sábado)
Pulamos cedo da cama, tomamos café e fomos para a Flona
encontrar o Jonatas que iria nos guiar nos 4 dias. No caminho apanhamos a Rose.
Ansiosas lá fomos nós, todas equipadas e paramentadas, começar a nossa
passarinhada.
No caminho até o "malinha", tentamos o joão-grilo
(Synallaxis hypospodia), como todo Synallaxis é enjoado que só e nem se dignou
a dar as caras. Então seguimos para o ponto do "malinha". Jonatas
preparou tudo, nos posicionou, sentamos na relva sob um morno sol de inverno e
lá estávamos nós a esperar o bicho, quase sem respirar, sem se mexer, com o
coração na boca.
Medindo a luz na bota do Jonatas, local onde esperávamos que o maxalalagá apareceria |
E ele vocalizou, mas nos deixou ali plantadas na grama e nem
tchum pra gente. Deixamos para tentar novamente no dia seguinte. No caminho
vimos alguns beija-flores. Consegui melhorar minha foto de outro Synallaxis, o
petrim (Synallaxis frontalis). E aí fomos em busca do tapaculo-de-brasília
(Scytalopus novacapitalis). Embora não fosse lifer, é sempre um presente para
os olhos ver esse pequenino. Ele é mesmo encantador. Era um lifer muito
desejado pela Rose. A Fernanda fez um lifer no mesmo local:
pula-pula-de-sobrancelha (Myiothlypis leucophrys).
tapaculo-de-brasília (Scytalopus novacapitalis) |
Entramos numa matinha e o Jonatas chamou o
limpa-folha-do-brejo (Syndactyla dimidiata). Pela nossa experiência com ele
naquele local, tínhamos certeza que ele não daria as caras, ele veio, mas
nunca vi um bicho tão arisco, enfim, deu foto postável, era o primeiro dos
cinco lifers que eu necessitava para fechar o milhar. Ao sair da mata, a Fernanda
sentiu queda de pressão e tontura, a vista escureceu, e tivemos que deitá-la no
chão para que a nossa médica-passarinheira, Dra Rose, pudesse examiná-la. Conclusão:
desidratação. Essa época do ano, Brasília tem umidade lá embaixo. Por isso,
fica o conselho, sempre beba MUITA água durante as passarinhadas (vale uma
cervejinha de vez em quando rsrsrs). Após a Fernanda sentir-se melhor, e logo
depois de um descanso e um breve lanchinho sob a sombra das árvores,
continuamos nossa busca pelas belas aves do cerrado.
Fernanda se recuperando |
Sorria...ou não kkkkkkkkkkkkkkkk |
gavião-caboclo (Heterospizias meridionalis) |
sanhaçu-de-fogo (Piranga flava) |
Seguimos a um dos "hotspot" que o Jonatas
conhece para ver a sanã-castanha (Laterallus viridis). Duas se apresentaram,
desfilaram na passarela sob uma linda luz de fim de tarde. Ficamos exultantes
de felicidade.
sanã-castanha (Laterallus viridis) |
sanã-castanha (Laterallus viridis) |
Já sem luz nenhuma, o Jonatas chamou o inhambu-chororó
(Crypturellus parvirostris), bicho que sempre tachei de fantasminha das matas,
pois ouvi várias vezes, mas nunca consegui ver. Também vieram em dupla, meio longe, mas
deu para registrar. Foi muito emocionante ver esses pequeninos tinamídeos.
À noite, super cansadas, fomos agraciadas com um jantar
preparado com estilo pelo amigo Hermínio, esposo da Rose. Foi delicioso, em
todos os sentidos, o carinho do casal e das filhas Carol e Camila, a comida
propriamente dita, os risos e histórias sobre os acontecimentos do dia. E
assim, terminamos o dia, indo pra casa dormir cedo, cheias de expectativas para
o dia seguinte.
2º dia - 02/08/2015 (Domingo)
Acordamos bem cedo e fomos para a Flona mais uma vez
tentar o "malinha". No caminho, deixei cair a preciosa garrafa de
café quentinho que a Fer preparou com todo o carinho do mundo, e pronto, ela
quebrou-se. Eu fiquei arrasada. Mas quando fomos apanhar o Jonatas, lá vem ele
com uma garrafa térmica na mão, e um cafezinho "da hora". Bão demais,
como se fala lá em Minas Gerais. Eita vício danado.
Rose, eu, Fernanda e Jonatas |
Chegamos na Flona,
encontramos com a Rose que só iria ficar a parte da manhã e fomos logo em busca
do "malinha". Como era o grande o movimento de ciclistas, achamos que
ele se intimidou e resolveu não aparecer de novo, me deixando um bocado
angustiada. Ainda por cima, o Jonatas não tinha conseguido localizar sua
carteira, havendo a possibilidade de tê-la perdido em alguns dos pontos onde
paramos para fotografar no dia anterior. Olhamos num ou noutro ponto e nada. Eu
fico tensa quando isso acontece, pois sei o quanto perder algo é incômodo,
ainda mais quando é documento e etc.
Jonatas pegando no meu pé, literalmente rs rs rs |
Resolvemos tentar meu terceiro lifer em Planaltina, bem
do lado oposto de onde estávamos. O foco seria o cara-dourada (Phylloscartes
roquettei). Chegamos sob um forte sol e um calor escaldante e nada do
cara-dourada. Os bichos estavam escondidos, não rolava nem possibilidade de
lifer nem de foto bonita de qualquer bicho. O cansaço foi batendo e me
abatendo, e eu fui ficando insuportavelmente mau-humorada e reclamona. Agora
dou risada, mas devo ter ficada a coisa mais chata do mundo, nem eu estava me
agüentando, imagina a Fernanda e o Jonatas. Coitados.
Deu para fazer foto do
canário-do-mato (Myiothlypis flaveola), melhorei muito o meu registro do
beija-flor-tesoura-verde (Thalurania furcata), chorozinho-de-chapéu-preto (Herpsilochmus atricapillus), gritador (Sirystes sibilator) e consegui clicar o
garrinchão-de-barriga-vermelha (Cantorchilus leucotis) em baixíssima velocidade
ante a falta de luz e no "muque". Gostei do resultado.
chorozinho-de-chapéu-preto (Herpsilochmus atricapillus) |
gritador (Sirystes sibilator) |
beija-flor-tesoura-verde (Thalurania furcata) |
canário-do-mato (Myiothlypis flaveola) |
garrinchão-de-barriga-vermelha (Cantorchilus leucotis) |
E ficamos esperando escurecer para
tentar o joão-corta-pau (Antrostomus rufus), que vocalizou bonito, mas não quis
me dar a honra de fotografá-lo e fazer meu terceiro lifer. Tentamos o caburé-acanelado
(Aegolius harrisii), que muito vocalizou, mas não saía do lugar, e quando a
gente se aproximava, aí ele mudava de galho, chegamos a vê-lo, mas não deu
chance de foto.
Confesso que fui dormir no limite do cansaço e da
frustração. Depois que passa, a gente vê como a gente se deixa influenciar por
bobagem. Impregnamos, mesmo sem perceber, a nossa alma com energia negativa e
isso não é bom. Mas nada como um dia atrás do outro. E buscar superar esse meu
estado de espírito era minha meta. Uma noite bem dormida me ajudaria, com
certeza, no dia seguinte.
Tínhamos mudados os planos. Por termos recebido notícia
dos amigos que o topetinho-vermelho (Lophornis magnificus) estava dando mole no
Jardim Botânico de Brasília - JBB, decidimos fazer bate e volta em Cocalzinho
de Goiás e ir em busca do topetinho, por ser um lifer certo. O problema é que o
JBB fecha nas segundas, então na segunda iríamos bem cedo a Cocalzinho e na
terça ficaríamos em Brasília.
3º dia - 03/08/2015 (Segunda-feira)
Saímos bem cedo e logo recebemos a primeira boa notícia
do dia, a carteira do Jonatas resolveu tomar um banho na máquina de lavar e
ficou escondida na calça dele esperando esse momento. Ainda bem que saiu
intacta do banho. Ficamos todos aliviados. No caminho o Jonatas disse ter sido
contatado pelos amigos Vitor Piacentini e Wagner Nogueira pedindo dicas sobre o
chupa-dente em Cocalzinho. Passamos mensagem para eles nos encontrarem na Fazenda
Hotel Tabapuã dos Pireneus, onde faríamos day-use.
Assim que chegamos lá fomos em busca do mineirinho
(Charitospiza eucosma), espécie que gosta de forragear em áreas queimadas, que
infelizmente havia muita, decorrente de incêndio ocorrido em dias anteriores.
Era como procurar agulha num palheiro, não encontramos nem sinal do bicho. Eu
fui ficando nervosa, ansiosa e muito chata.
Área incendiada - de doer o coração |
Mas para animar o dia, nada melhor
do que clicar um "bando" de bandoletas (Cypsnagra hirundinacea)
assanhadas, o que me fez lembrar da minha amiga Chayene. Vimos primavera (Xolmis
cinereus), noivinha-branca (Xolmis velatus), patativa (Sporophila plumbea),
andorinha-morena (Alopochelidon fucata) e ainda um filhote de veadinho, talvez
à procura de sua mãe, que pode ter perdido durante o incêndio. Tomara que não.
bandoleta (Cypsnagra hirundinacea) |
Fernanda e Rose |
primavera (Xolmis cinereus) |
Filhote |
noivinha-branca (Xolmis velatus) |
patativa (Sporophila plumbea) |
Chegando na sede da Tabapuã dos Pireneus, logo na entrada fizemos
fotos maravilhosas da graúna (Gnorimopsar chopi) e canário-da-terra-verdadeiro
(Sicalis flaveola).
graúna (Gnorimopsar chopi) |
canário-da-terra-verdadeiro (Sicalis flaveola) |
Fomos para uma deliciosa e refrescante mata (trilha da
cachoeira) e de cara o Jonatas ouviu o limpa-folha-do-brejo (Syndactyla
dimidiata), que veio "dimidiato" respondendo ao play-back, na
realidade havia vários deles e não eram ariscos como o da Flona. Detalhe: é
lifer para Cocalzinho no Wikiaves.
limpa-folha-do-brejo (Syndactyla dimidiata) |
Fizemos fotos lindas deles e ainda de outros
bichinhos como a pipira-preta
(Tachyphonus rufus) e o trinca-ferro-verdadeiro (Saltator similis), etc, no
entanto, nenhum lifer para eu completar meu milhar. Quando saímos da trilha,
por volta de 13:30h, um canário-da-terra-verdadeiro (Sicalis flaveola) deu um
show se olhando nos vidros e retrovisores do carro da Fernanda. Logo em seguida
encontramos os meninos Vitor Piacentini e Wagner Nogueira. Foi aquela
confraternização. Trocamos idéias, tomamos cerveja e eles então se foram e nós
fomos para outra trilha, a da tirolesa.
pipira-preta (Tachyphonus rufus) |
Wagner, Vitor, Jonatas, Fernanda, Rose e eu |
Partimos em busca do gavião-bombachinha-grande (Accipiter
bicolor). O Jonatas já o avistara nesta trilha em outras oportunidades e os
meninos confirmaram tê-lo visto por lá. Vai daqui, vai dali, a Rose viu o
rabinho do bicho. Começou a vocalizar e eu só lembrava do celular da amiga
Claudia Brasileiro nos despertando, pois ela usa como despertador o som desse
gavião. Uma hora olhei pra cima e lá estava ele, lindão, pousado, nos olhando.
Terceiro lifer: check!
gavião-bombachinha-grande (Accipiter bicolor) |
Faltavam só dois. Ainda fizemos fotos bonitas do
quiriquiri (Falco sparverius), joão-porca (Lochmias nematura),
beija-flor-de-orelha-violeta (Colibri serrirostris), balança-rabo-de-máscara
(Polioptila dumicola) e fogo-apagou (Columbina squammata), esta com uma luz do
entardecer maravilhosa. Finalmente eu estava novamente relaxada. Foi um dia
maravilhoso.
joão-porca (Lochmias nematura) |
quiriquiri (Falco sparverius) |
- "Cheirinho no cangote"... fogo-apagou (Columbina squammata) |
- "Ui, arrepiei!" rs rs rs - fogo-apagou (Columbina squammata) |
4º dia - 04/08/2015 (Terça-feira)
Acordamos super cedo, chegamos na Flona e antes de ir
atrás do "malinha", eu, Fernanda e Jonatas resolvemos tentar o
inhambu-chororó (Crypturellus parvirostris) de novo. Desta vez deu fotão.
inhambu-chororó (Crypturellus parvirostris) |
Mas
vamos ao "malinha". Dez a zero para ele. Uma briga de
falcões-de-coleira contra um invasor de ninho, um chato de um carcará, muito
perto do ponto quente, resultou numa barulheira infernal e o maxalalagá, que é
muito sensível, se mandou do pedaço, deixando-nos, mais uma vez, chupando o
dedo. Partimos então para o Jardim Botânico, com certeza lá eu conseguiria o nº
999, que seria o topetinho-vermelho, se ele me desse mole, é lógico.
Chegando lá conheci os amigos até então apenas virtuais,
Paulo Lahr e sua esposa Rosilene, Leninha e Tancredo Maia Filho.
Paulo, eu, Tancredo, Fernanda e Leninha - foto by Jonatas Rocha |
Fomos até o
ponto do topetinho e estou lá na espera, eis que o Tancredo me puxou e falou: -
"Ali ele, onde eu o fotografei ontem". Ele não decepcionou, ficou um
tempão encantando a todos, pena que estava numa área de sombra. Fiz só 346
fotos dele. Quarto lifer e 999ª espécie: check.
topetinho-vermelho (Lophornis magnificus) |
Para fechar ainda fizemos
lindas fotos da saíra-de-papo-preto (Hemithraupis guira).
saíra-de-papo-preto (Hemithraupis guira) |
Resolvemos dar um
tempo no portão do parque até passarem as horas mais quentes, e numa pocinha,
passarinhos se divertiam se refrescando e a gente se divertia fotografando
eles. Os sabiás dominavam o pedaço, sabiá-barranco (Turdus leucomelas), sabiá-laranjeira (Turdus
rufiventris) e sabiá-poca (Turdus
amaurochalinus).
sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris) |
sabiá-barranco (Turdus leucomelas) |
sabiá-poca (Turdus amaurochalinus) |
Outros como um
papa-capim-de-costas-cinzas (Sporophila ardesiaca), um casal de saí-andorinha (Tersina
viridis), um cabeçudo (Leptopogon amaurocephalus), a saíra-amarela (Tangara cayana), a pipira-da-taoca (Lanio penicillatus), tinham que
esperar a vez. É ... a vida dos passarinhos pequenos é muito perigosa e
difícil, tal qual no livro da jornalista
e observadora de aves Miriam Leitão.
saí-andorinha (Tersina viridis) |
cabeçudo (Leptopogon amaurocephalus) |
saíra-amarela (Tangara cayana) |
pipira-da-taoca (Lanio penicillatus) |
papa-capim-de-costas-cinzas (Sporophila ardesiaca) |
Não tinha conseguido a milésima espécie nem o maxalalagá,
mas estava hiper feliz. Tinha tido uma manhã de muita alegria e leveza. Mas o
Jonatas não se deu por vencido. Havia uma chance do quinto lifer, que seria a
maracanã-do-buriti (Orthopsittaca manilatus). Embora fosse mais fácil vê-la
pela manhã, a gente ia tentar à tarde. Ele conversou com o Thiago T. Silva por
celular e perguntou se era possível encontrá-la no sítio do pai dele. O Thiago
passou uma dica "da hora". Falou para a gente passar antes pelo Pesque-pague
Sol Nascente em Planaltina que tinha umas veredas muito legais por lá, o que
aumentaria nossas chances. E lá fomos nós.
Chegando lá, conversando com o vizinho do Pesque-pague,
ele nos disse que na horta dele, onde tinha uns buritis, costumavam vir araras
azuis e jandaias no fim do dia. Ele quis dizer: arara-canindé (Ara ararauna) e
maracanã-do-buriti (Orthopsittaca manilatus).
A luz estava dura ainda, mas nos
distraímos com um picapauzinho-anão (Veniliornis passerinus), uma viuvinha
(Colonia colonus), um casal de maria-faceira (Syrigma sibilatrix).
picapauzinho-anão (Veniliornis passerinus) |
viuvinha (Colonia colonus) |
Logo, bandos
de arara-canindé (Ara ararauna) começaram a surgir, renovando minhas
esperanças.
arara-canindé (Ara ararauna) |
Um dos sonhos da Fernanda era clicar o limpa-folha-do-buriti
(Berlepschia rikeri). Então, o Jonatas trouxe alguns com o play-back para nosso
deleite. A Fer fez fotão do bicho voando.
limpa-folha-do-buriti (Berlepschia rikeri) |
E de repente, quase 5 da tarde, no buritizal do vizinho,
"murmúrios psitacídicos" diferentes, não eram de araras, nem de
periquitos, então...só podiam ser elas, as maracanãs...Será, será? Não conseguíamos
ver nada, só ouvir. O Jonatas deu a volta para ver se conseguia ver algo e eu e
a Fer ficamos ali tentando bisbilhotar o buritizal. Então a Fernanda viu uma
coisa verde de relance, aí foi só aguardar...de repente, um rabinho, depois uma
parte do corpo, para mim uma carinha já seria suficiente...sendo postável,
estaria valendo. A Fernanda arrumou até um banco para eu usar de apoio.
Eu by Fernanda |
Mas foi melhor do que eu esperava. De repente, com uma luz
perfeita, uma delas sai das entranhas do buriti e começa a se alimentar, eu
fiquei encantada, mas o melhor estava por vir, um filhotão surgiu e ela começou
a alimentá-lo. Aí foi demais, fiquei passada, só clicando, clicando, mais de
500 cliques em menos de 25 minutos. Aí veio um carrapateiro e espantou todas.
Nós nos abraçamos e nos emocionamos juntos. 1000ª espécie: check!!! Foi
indescritível o sentimento de missão cumprida. Valeu demais a dica Thiago T. Silva.
maracanã-do-buriti (Orthopsittaca manilatus) |
maracanã-do-buriti (Orthopsittaca manilatus) |
maracanã-do-buriti (Orthopsittaca manilatus) |
E para finalizar o dia, cliquei
um pombão (Patagioenas picazuro) albino ou leucístico.
pombão (Patagioenas picazuro) |
Realizados, voltamos felizes que só, e ainda rolou um
barzinho à noite com a galera passarinheira do DF. Pena que só alguns foram, a
Carla, o Valdi, o Henrique e o meu querido companheiro de Laguna Nimez, Jorge
Matos. Infelizmente a Rose não pode estar presente nesse dia, pois acompanhava
uma amiga que ia fazer cirurgia. Soube hoje que correu tudo direitinho e a moça
passa bem. Em quatro dias rodamos quase mil km...
Carla, Henrique, Jorge, eu, Fernanda e Valdi |
Mil Espécies
Eu gostaria de deixar um agradecimento especial para cada
um que participou comigo na consecução desse objetivo: 1000 espécies. É super
legal se impor objetivos e cumpri-los. Espero muito ter aprendido as lições que
surgiram durante essa jornada. São quatro anos observando e fotografando aves,
e estudando também. Embora seja impossível citar todas as pessoas, ao mencionar apenas algumas, corro o risco de cometer injustiças e deixar outras de fora. Eu peço
que me perdoem se isso acontecer, mas eu preciso agradecer aquelas que foram
cruciais nesse empreendimento.
A começar pelos amigos Carlos Godoy e Carmen Bays Fiqueiredo com
quem eu fiz a primeira observação de aves em Ubatuba/SP.
Depois devo agradecimentos ao amigo e colega de trabalho
André Ricardo de Souza o fato de eu ter entrado para o CEO - Centro de Estudos
Ornitológicos, crucial para o meu aprendizado.
Reservo um espaço especial a
todos os amigos do CEO pelos ensinamentos e deliciosas passarinhadas, valorosos
nessa jornada, em especial o amigo Luiz Fernando Figueiredo que foi meu mentor
e de quem sou fã de carteirinha.
Como não citar a deliciosa companhia das amigas Viviane
de Luccia, Rosemarí Julio, Hideko, Claudia Brasileiro, Elenice Furlan, Sandra
Cesari, Maria Albers, Chayene, Tietta, Martha Argel, Claudia Komesu, Mariza
Sanches, Monica Ruiz, Claudia Rodrigues, Leila Esteves e muitas outras que
estiveram em campo comigo.
E os amigos super companheiros de passarinhadas como
o Jarbas Mattos, Marco Guedes, André Briso, Leonardo Sanchez, Maicon Mohr,
Ubaldo Bergamin, Guto Carvalho, Marco Silva, Fabio Vasconcelos, Marco Cruz,
Ricardo Gentil, Arthur Cintra, Gustavo Pinto, Norton Santos, Rogério Carlos Machado, Mauricio Merzvinskas,
Kleber Silveira, Cleber Ferreira, Fabio Olmos, Gui Battistuzzo, Evaldo Césari,
Dário Sanches, Flávio Guglielmino, Luis Roberto, Julio Silveira, Sergio
Gregorio, Vilde, Nelson Cabral e muitos outros.
Reinaldo Guedes, estou editando o post porque quero mencionar você aqui e agradecer de coração a existência do WikiAves, pois foi por meio dele que mantive minha lista até chegar aqui e também onde. admirando as belas fotos, pude escolher aonde ir e o que fotografar. É sem dúvida o melhor site do mundo, tanto em beleza, comunidade como pesquisa. Espero continuar colaborando por muitos anos.
Claudio C. Maretti, quero compartilhar a emoção dessa conquista com você, graças ao que ainda nos resta de natureza, eu ainda pude realizar o sonho de observar e fotografar metade da nossa avifauna, vida longa às UC e à sua gestão, que tem tudo para ser a melhor.
Reinaldo Guedes, estou editando o post porque quero mencionar você aqui e agradecer de coração a existência do WikiAves, pois foi por meio dele que mantive minha lista até chegar aqui e também onde. admirando as belas fotos, pude escolher aonde ir e o que fotografar. É sem dúvida o melhor site do mundo, tanto em beleza, comunidade como pesquisa. Espero continuar colaborando por muitos anos.
Claudio C. Maretti, quero compartilhar a emoção dessa conquista com você, graças ao que ainda nos resta de natureza, eu ainda pude realizar o sonho de observar e fotografar metade da nossa avifauna, vida longa às UC e à sua gestão, que tem tudo para ser a melhor.
E o que dizer dos guias, que vou citar em ordem
alfabética Adrian Rupp, Alejandro Olmos, Batista, Betinho, Bruno Lima, Cal
Martins, Carlos Rizzo, Ciro Albano, Demis Bucci, Edson Endrigo, João Paulo F.
Silva, Jorge Lopes, José Robson, Octavio Campos Salles, Rafael Fortes, Renato
Paiva, Ricardo Mendes, Thiago Carneiro e Valdir
Hobus, que tanto se empenharam e me ajudaram a construir e alcançar essa marca.
São uns santos, pois haja paciência, viu. rs rs rs
Por fim eu não posso deixar de citar os que estiveram
torcendo por mim nos últimos e cruciais momentos, minhas queridas amigas
Fernanda Fernandex e Rose Almeida, que enfrentaram desde a minha frustração, o
meu mau humor, muito cansaço, fome, sede, frio, calor, dores pelo corpo, até o
êxtase e a alegria de compartilharmos bons e felizes momentos (desculpem-me
pelo gavião-caboclo rs rs rs) e o incansável, dedicado e paciente guia Jonatas
Rocha, que não poupou esforços para fazer com que eu alcançasse as mil
espécies, mesmo me "zuando" no final rs rs rs. Sofremos juntos, mas
comemoramos num grande abraço.
Homenagem da Fernanda e do Jonatas |
E nem na hora das mil, a Fer e o Jonatas me perdoaram, foi uma zoação só! - foto by Fernanda |
Meu muito obrigada a todos. Todos sem exceção, amigos
reais ou virtuais.
Birding Lady nota Mill Parabéns Silvia por sua persitência e alegria!!! Um orgulho ter compartilhado alguns pedacinhos dessa magnifica história
ResponderExcluir- Guto
Obrigada querido amigo Guto, precisamos repetir nossas passarinhadas.
ExcluirQue estória boa e bem contada, Sílvia.
ResponderExcluir1000?!! Parabéns! Que venham as outras 1000.
Valeu Daniel, precisamos marcar uma passarinhada na sua terra. Grande abraço.
ExcluirParabéns pela marca alcançada, realmente um sonho para todos.
ResponderExcluirEssa semana pretendo chegar nas 500.
Que beleza Silvia!!! Parabéns novamente pelas 1000 espécies e por toda essa passarinhada e relatos super bacanas... Abraço!
ResponderExcluir