quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

SP - Passarinhando durante a pandemia - Serra do Japi

Aí você quer ficar quietinha em casa aguardando a segunda onda da pandemia ser controlada e, de repente, é surpreendida por um convite irrecusável de uma pessoa muito especial. A jornalista Giulia Bucheroni me encaminhou à Gabriel Ferraz, que ligou para ver se eu topava participar de uma missão muito importante. Falar com dois jornalistas da EPTV sobre observação de aves e os benefícios para a saúde. Como dizer não para isso. Mas onde? Onde tiver passarinho... uai... e agora?

O que você faz? Liga para o amigo Guto Carvalho e diz, posso ir aí no Japi essa semana? Explica tudo e ele responde: "vem amanhã cedo, vai ter uma janela de sol". Pá de lá, pá de cá, tudo combinado, arrumei a tralha toda para poder sair bem cedo. 

De manhãzinha, passei pegar a Carol, esposa do Guto e, sem errar o caminho, graças à "copilota" ao meu lado, lá fui eu para o Japi encontrar com o Guto, Heitor Moreira e o Rodrigo Sargaço. Após um cafezinho passado na hora, eu e Guto saímos até o portão esperar os dois.

Lógico que eu aproveitei para passarinhar um pouquinho antes. De cara o Guto me mostrou um sovi (Ictinia plumbea) voando alto e rodeando a lua que acabara de ir dormir.


Assim que os dois chegaram, começamos a trocar ideias e eu passei a responder algumas perguntas do Heitor, enquanto o Rodrigo registrava tudo. 

domingo, 6 de dezembro de 2020

SP - Passarinhando durante a pandemia - Capítulo IV - Iporanga e Eldorado

Eu ando um pouco sem inspiração para escrever e contar algumas das aventuras vividas durante esta pandemia. Acho que essa segunda onda que chegou foi onde “caiu a ficha” e a tristeza bateu à minha porta. Estou relutando pra que ela não entre. O confinamento só não é pior que a própria doença. Amigos e familiares sendo contaminados, pessoas perdendo entes queridos. Está ficando difícil manter o sorriso no rosto e os pensamentos positivos e esperançosos diante de um quadro tão escabroso assim. 
  
O mundo não está tão cor-de-rosa como antes e chora pelos elos perdidos
Foto by Silvia Linhares

Meu organismo vem se rebelando e eu tenho feito tudo que posso para que ele mantenha o equilíbrio que sempre foi meu orgulho. Enfim, distrações não faltam aqui em casa, e confesso, tem muita coisa pra fazer, o que falta mesmo é ânimo. Se não fosse o apoio e carinho que recebo dos amigos virtuais e de algumas pessoas próximas a mim, acho que seria muito pior.

Ao som de Stairway To Heaven da antiga e insubstituível banda Led Zeppelin, a inspiração que eu necessitava bateu em retorno e, enquanto "banqueteio" os ouvidos, as palavras começam a ser desenhadas na minha mente.

“...In the tree by the brook / There's a songbird who sings / Sometimes all of our thoughts are misgiven / It makes me wonder..."

“... Numa árvore perto do riacho / Há um pássaro que canta / Às vezes, todos os nossos pensamentos estão equivocados / Isso me faz pensar ..."


 
Led Zeppelin - Stairway To Heaven

Vamos voltar no tempo um pouquinho. Setembro é o mês que começa a primavera. Um dos meus meses preferidos. As flores começam a desabrochar. Os passarinhos ficam mais felizes. A natureza começa a nos brindar com cenas, cores e momentos que vão marcar para sempre nossa memória.

Esse ano, apesar da pandemia, tão nefasta, e de muitos lugares estarem fechados para visitação neste período, aos poucos, com todos os cuidados possíveis, eu acabei indo a um lugar que não batia os olhos há algum tempo. Fui ao Vale do Ribeira (Baixo Ribeira - municípios de Eldorado e Iporanga). 

O Vale do Ribeira é uma região localizada no sul do estado de São Paulo. Compõe-se de 25 municípios. Abriga 61 por cento da mata atlântica remanescente no Brasil, 150.000 hectares de restinga e 17.000 hectares de manguezais.