A magia da Floresta Amazônica e seus pássaros encantados
Em agosto de 2015 eu estive em Manaus com a amiga Fernanda e
conheci a Vanilce e Luiz Fernando Carvalho, dois guias competentíssimos, que tem muita
história pra contar. Ano passado eu não fiz nenhum "trip-report" como esse, mas foi uma viagem fantástica, onde pude registrar dois bichos dos sonhos, o Galo-da-serra (Rupicola rupicola) e o Gavião-real (Harpia harpyja).
Galo-da-serra (Rupicola rupicola) - 25/08/2015
Gavião-real (Harpia harpyja) - 27/08/2015
Estivemos lá num momento conturbado da vida da Vanilce
(problemas de saúde), e mesmo assim, ela nos acompanhou por algum tempo,
mostrando sua força e uma energia de tirar o chapéu. Comemorei meu aniversário
(28/08) na Torre do MUSA (Museu da Amazônia), e mesmo frágil naquele momento,
ela participou. Eu fiquei muito feliz por tê-los conhecido. Na foto abaixo, além dos dois, minha grande amiga Fernanda Fernandes (x), o Marcelo Barreiros com dois dos seus clientes, Felipe Lima Queiroz e Aline Mattos, que comemoraram junto com a gente.
28/08/2015 - Torre do MUSA
Este ano, ao receber um e-mail promocional da Cia Aérea Gol
- destino Manaus, não tive dúvidas, escrevi pra Vanilce se ela podia me guiar. E
de pronto, ela me respondeu qual o período que ela teria disponível. Ela
perguntou quantas pessoas e eu respondi que, a princípio, iria sozinha.
Sim, seria minha primeira expedição sozinha. Apesar de
adorar viajar com os amigos, eu queria experimentar a sensação de viajar
sozinha, de escolher sozinha meus próprios "hot spots", de ver as
aves que eu escolhesse. Minha lista de lifers (espécies novas ainda não
fotografadas) era difícil (cascuda, como diz a Vanilce), com bichos que talvez
demandassem um dia todo, como o maú (Perissocephalus tricolor) por exemplo. Não
seria justo com quem me acompanhasse ficar a mercê da minha lista em busca de
tão difíceis espécies.
Bom, decisão tomada, passagem comprada, recebi uma
sugestão de roteiro. Os dois traçaram um roteiro com base na minha lista de
lifers de bichos e eu iria também aproveitar para fazer
"melhoraifers" (melhorar as fotos anteriores). Eduardo Fernandes,
essa expressão eu roubei de você, por intermédio do Bruno Rennó.
Como todos sabem, a Floresta Amazônica é mágica, mas a
observação de aves é dificílima e demanda guias "porretas", com muita experiência, bastante conhecimento das aves e dos pontos quentes, além de
muita determinação e paciência. E isso sobra na Vanilce e no Luiz Fernando.
08/04/2016 - sexta-feira
Mas vamos ao "trip report". Saí de São Paulo
cedinho. Destino Manaus. Cheguei lá na hora do almoço. O Luiz Fernando foi me buscar e almoçamos ali do lado do aeroporto Eduardinho, onde aluguei um
carro da Thrifty. Depois de almoçar, seguimos para um lugar chamado Praia
Dourada. Seria para tentar a gralha-da-guiana (Cyanocorax cayanus).
Procuramos por um tempo e nada dela aparecer. Haveria outras oportunidades.
Vanilce juntou-se a nós na parte da tarde e terminamos o dia
assistindo um impressionante show dos periquitos-de-asa-branca (Brotogeris
versicolurus).
periquito-de-asa-branca (Brotogeris
versicolurus)
Eu by Vanilce
Você não faz ideia do que é ver uma avenida movimentadíssima com
milhares de periquitos surgindo de tudo quanto é lado. Veja só, como ficou num
vídeo feito com celular.
09/04/2016 - sábado
Neste dia, estava previsto no roteiro uma ida à Torre do
MUSA (Museu da Amazônia) e ao Ramal do Pau Rosa. No entanto, a Vanilce e o Luiz
souberam que aconteceria um evento no MUSA, com a participação de muitas pessoas
na Torre, o que terminaria por acabar com a tranquilidade de uma boa
passarinhada. A sugestão foi mexer no roteiro. Decidimos explorar as bordas da
BR319 ao longo do municípios Careiro da Várzea e outros e dependendo do tempo
até o Careiro. A meu convite, a amiga Priscilla Diniz iria nos acompanhar. Após
apanhá-la em sua casa, nós quatro seguimos para balsa no Porto da CEASA. O
encantamento começa logo na balsa, poder ver o encontro das águas é fantástico
(Rio Negro e Solimões). Fiquei muito emocionada.
Eu, Priscilla, Vanilce e Luiz Fernando
Encontro das águas Rio Solimões e Rio Negro
Mostrando o encontro das águas via satélite
Chegando em Careiro da Várzea, a ideia era irmos atrás da
ariramba-de-barba-branca (Galbula tombacea), mas como chovia muito, resolvemos
seguir alguns quilômetros atrás das "sapirocas". Ah! As sapirocas...- o que nós rimos! A
Priscilla enrolou a língua e ao invés de perguntar se íamos ver as saripocas
(no caso a saripoca-de-coleira - Selenidera reinwardtii), ela disse, "as
sapirocas". Imagina o tanto que a "alugamos" a viagem inteira.
andorinhas sob a forte chuva
Andamos quase 200 km até Beruri e foi super dez. A chuva
ia ficando pra trás, mas vinha nos seguindo. Antes que ela chegasse, conseguimos avistar muitos bichos, como pipira-de-máscara (Ramphocelus nigrogularis), japu-verde (Psarocolius viridis), coroa-de-fogo (Heterocercus linteatus), gavião-de-anta (Daptrius ater), coleiro-do-norte (Sporophila americana), periquito-testinha (Brotogeris sanctithomae), picapauzinho-avermelhado (Veniliornis affinis), surucuá-pequeno (Trogon ramonianus), entre outros. O mais engraçado é que alguns limites de municípios estão bem no
centro da estrada, se o bicho está de um lado é um município, se ele atravessa
já é outro.
japu-verde (Psarocolius viridis)
coleiro-do-norte (Sporophila americana)
pipira-de-máscara (Ramphocelus nigrogularis)
Além das aves, tenho outra paixão, as flores silvestres. E quando chove, elas suplicam para ser fotografadas, deixando escorrer gotas de água em suas pétalas, como se fossem lágrimas de felicidade.
O duro era olhar pra trás e ver a chuva chegando. Assim que ela
passou por nós, resolvemos voltar, sem as "sapirocas" de Beruri...rs rs rs
Olha a chuva aí, gente...!!!!!
No retorno paramos para tentar a ariramba-de-barba-branca (Galbula
tombacea) e pimba, essa deu show. Com seu colorido brilhante, parecia estar se preparando para um desfile de carnaval. O casal de choca-d'água (Sakesphorus
luctuosus) também não fez feio. Mas quem arrebentou na pose foi o
arapaçu-ferrugem (Dendroplex kienerii). Na ida anterior em 2015, lá em Anavilhanas, eu
tinha feito ele, mas tipo "foto somente para registro pessoal", ou seja um baita de um borrão.
ariramba-de-barba-branca (Galbula
tombacea)
arapaçu-ferrugem (Dendroplex kienerii)
choca-d'água (Sakesphorus
luctuosus) - fêmea
choca-d'água (Sakesphorus
luctuosus) - macho
Uma preguiça, "preguiçosamente" fez muito
charme pra gente. Mas o dia mesmo foi do
gavião-do-igapó (Helicolestes hamatus) e do pica-pau-de-peito-pontilhado
(Colaptes punctigula).
A curica-verde
(Graydidascalus brachyurus), que no início da manhã, sem luz nenhuma,
tinha sido avistada, deu show no final do dia degustando seu jantar em dupla.
curica-verde
(Graydidascalus brachyurus)
Mas o dia não seria completo sem um atentado Synallaxis para
nos dar aquele trabalhão. Valeu senhor joão-teneném-becuá (Synallaxis
gujanensis). Eu fui mais rápida que você e, mesmo de longe, consegui te clicar por inteiro, antes de você se esconder de novo.
joão-teneném-becuá (Synallaxis
gujanensis)
10/04/2016 - domingo
Mantendo a programação inicial, o dia seria dedicado à
Marchantaria + Várzea do Iranduba. Pela manhã, pegamos um barco no porto da
CEASA, atravessamos o encontro das águas e partimos para algumas ilhas do rio
Solimões. Novamente a Priscilla nos acompanhou. Já navegando, começou a chover horrores. Tivemos que ficar com o
barco parado um tempão, de vez em quando a chuva dava uma trégua e arriscávamos
uma descidinha em algum ponto, foi onde fiz o famigerado alegrinho-do-rio (Serpophaga
hypoleuca). Esse eu havia feito fotão dele ano passado, a menos de dois metros de
distância, mas tive problemas com os arquivos no cartão e fiquei sem fotos do
bichinho. Mas antes que eu pudesse fazer "aquela" foto, a chuva engrossou e precisamos nos deslocar para o lado da Ilha Nova no Careiro.
...o rio mais parecia o mar...
Ali
fiz o joão-de-barriga-branca (Synallaxis propinqua), outro bichinho difícil de sair no limpo.
joão-de-barriga-branca (Synallaxis propinqua)
Foi um gostoso passeio de barco pelo Rio Solimões e só não foi melhor por conta da chuva que caiu e nos fez ficar mais tempo no barco parados do que fotografando. Numa das tréguas vimos um bando de iratauá-pequeno (Chrysomus icterocephalus). Difícil registrar por conta do agito das águas, mas foi bem bacana ver o bando e até que rolou umas fotos bonitinhas.
iratauá-pequeno (Chrysomus icterocephalus)
iratauá-pequeno (Chrysomus icterocephalus)
Guarda bem essa história do "tem um bem-te-vi-rajado
dando mole no sol". Contou-nos a Priscilla uma história sobre um amigo chamado Filipe,
que gosta de natureza, mas ainda não entende muito de passarinhos, é um aprendiz enfeitiçado. Daí eles foram passarinhar uma
semana antes de eu chegar em Manaus (ela, o Filipe, a Vanilce e o Luiz, o Robson e a
Eleonora). Eles já estavam no final da passarinhada e pararam no lugar que eu
fotografei a choca-selada (Thamnophilus cryptoleucus). Eles tinham acabado de
ver uma ave bem difícil por ali. Aí veio o Filipe todo empolgado, rindo de
orelha a orelha e falou, cheio de empolgação, apontando para um galho -
"gente, gente, tem um bem-te-vi-rajado dando o maior mole ali no sol".
E ninguém deu atenção para ele na hora. Coitado! Imagino a cara de copo d'água que ele ficou.
Foi então que vimos um
bem-te-vi (nem tinha sol), mas imitamos o moço falamos quase em coro...
"gente, gente, tem um bem-vi dando o maior mole ali no sol" e caímos na maior gargalhada. E
assim ficou criado o verbo "filipar". kkkkkkkk
A manhã foi maravilhosa apesar da chuva ter atrapalhado
um pouco. Tudo terminou em muitos risos e cervejinha na hora do almoço.
Vanilce e eu "cervejando"
Depois do almoço, seguimos para a várzea de Iranduba,
onde fizemos fotos incríveis. Já estive nesse adorável local antes, mas dessa
vez foi mais legal, pois consegui prestar mais atenção aos detalhes, como uma vitória-régia florida, por exemplo.
A bela cigana (Opisthocomus hoazin) fez pose enquanto degustava uma deliciosa salada verde. nem se importou com nossa presença. O coleiro-do-norte (Sporophila americana), desta vez, veio bem perto e arrasou no modelito preto e branco. Já o joão-da-canarana (Certhiaxis mustelinus) só ficou de longe e não quis nada com a gente. A bela jaçanã (Jacana jacana) desfilou com seus pés estrambólicos e finos no tapete verde. Ainda teve gavião-belo (Busarellus nigricollis), joãozinho (Furnarius minor), frango-d'água-azul (Porphyrio martinicus), mãe-da-lua-gigante (Nyctibius grandis), entre outros.
cigana (Opisthocomus hoazin)
cigana (Opisthocomus hoazin)
coleiro-do-norte (Sporophila americana)
jaçanã (Jacana jacana)
joão-da-canarana (Certhiaxis mustelinus)
Amazonas é isso: muita água...água benta, água santa, água pra café...alimento, fonte de vida...
No retorno à Manaus, em meio aos carros passando, parei
para clicar um ninho de maracanãs-do-buriti (Orthopsittaca manilatus). Essa espécie é simbólica para mim, pois com ela, fotografada em Brasília, eu comemorei a minha 1000ª espécie de ocorrência no Brasil.
maracanãs-do-buriti (Orthopsittaca manilatus)
11/04/2016 - segunda-feira
Nesse dia fizemos a programação que estava prevista para
o dia 09/04. Torre do MUSA + Ramal do Pau Rosa. Logo cedo, para animar, o
primeiro lifer do dia, papagaio-diadema (Amazona autumnalis). Ele não chegou
pertinho, mas consegui fazer foto bacana ante a falta de luz do amanhecer.
papagaio-diadema (Amazona autumnalis)
Eu na Torre, by Vanilce
Eu e Vanilce by Luiz Fernando
Melhorei a foto do poiaeiro-da-guiana (Zimmerius acer). Realizei um desejo: ver e fotografar o belo assobiador-do-castanhal
(Vireolanius leucotis). Esse último, ainda não é a foto que eu gostaria, mas já valeu, e como!
poiaeiro-da-guiana (Zimmerius acer)
assobiador-do-castanhal (Vireolanius leucotis)
O macuru-de-pescoço-branco (Notharchus macrorhynchos) foi
o modelito do dia. Um espetáculo! Ficou paradinho para ser fotografado. Ah! se
todos ficassem, assim, quietinhos. O duro era decidir se eu clicava ele ou o
ferreirinho-pintado (Todirostrum pictum) que estava dando mole no outro
quadrante da torre.
E ainda vieram pertinho para conferir o agito o bico-chato-da-copa (Tolmomyias assimilis) e o vite-vite-camurça (Hylophilus muscicapinus). Foi um belo "melhoraifer". O pica-pau-barrado (Celeus undatus) deu o ar da graça, mas de longe.
vite-vite-camurça (Hylophilus muscicapinus)
Para colorir ainda mais o nosso dia, o tucano-de-bico-preto (Ramphastos vitellinus) estava animadíssimo e se desfez em poses e bicos.
tucano-de-bico-preto (Ramphastos vitellinus)
Passamos uma bela manhã na Torre. Não havia tanto
movimento de aves como a gente gostaria, mas valeu muito a pena. Sempre vale.
Saindo da torre demos uma passada no local das
gralhas-da-guiana (Cyanocorax cayanus)...e nada. Há muitas casas no local, não
sei se são invasões ou não. Uma das casas me chamou a atenção, havia dúzias de
garrafas vazias de pingas empilhadas no quintal. É no mínimo estranho. Será que as pessoas ali
beberam tudo isso ou são apenas acumuladores de garrafas vazias ?
Será que tudo isso foi entornado por uma pessoa só?
Saímos dessa estradinha e paramos na beira do asfalto procurando as gralhas. Havia uma cerca, o Luiz até cogitou pular e procurar lá dentro da mata. Como
eu tinha caminhado um pouco até uma curva, avistei uma placa que me indicou algo do tipo
"não entre aqui nunca". Seria difícil explicar para o delegado da Polícia
Federal (dona do terreno) que pulamos a cerca atrás de passarinho.
Paramos para almoçar no Fish Maria...eita peixe gostoso, de lamber os dedos e os beiços.
Fish Maria Amazônia
Depois do almoço fomos até o Ramal do Pau Rosa. Este é um
lugar que sempre promete muito. Está sendo degradado aos poucos, o que é uma
pena. Não teve aquela dúzia de aves como era esperado, pois as fruteiras não
estavam no auge.
Mas foi onde vivenciei um dos momentos mais especiais da
viagem. Aliás foi onde eu vi "a ave da viagem" [o maú
(Perissocephalus tricolor) que me desculpe], mas esse me amoleceu as pernas.
Sim, eu estou falando do belo formigueiro-ferrugem (Myrmoderus ferrugineus).
Foi minha obra de arte de toda a tour! Só eu sei a dificuldade que foi clicar o
bichinho, num dia escuro, no meio de tanta brenha, ISO 8000, velocidade baixa,
sem tripé. Eu segurei a respiração, travei os braços e fiz os disparos. No
começo ele estava embrenhado, mas a perícia dos meus dois guias trouxe o bicho
no limpo, me fazendo ganhar o dia. Foi um presentão colocado diante dos meus
olhos pela Vanilce e o Luiz Fernando.
formigueiro-ferrugem (Myrmoderus ferrugineus)
Agora o mais difícil foi fazer a Vanilce e o Luiz pararem de me dizer, cheios de empolgação "Vai, vai, agora, agora, agora, no limpo, vai,
vai"... kkkkkkk. A adrenalina percorre meu ser e eu fico tensa de um tanto que travo total, nem consigo configurar a câmera decentemente. Mas nesse dia, foi tranquilo, só consigo lembrar de mim mesma me
dizendo internamente: "calma, respira, calma, fotometra primeiro, respira,
agora segura o ar, não respira, solta o dedo"... parece brincadeira, mas é
assim que funciona, se eu deixar, minha mente em desespero, ela age a minha revelia
e só depois vou ver as porcarias que faço...kkkkkkkkkkkkk
Fomos ver algumas fruteiras e um gaturamo-de-barriga-branca (Euphonia minuta) deu show. Ele se deliciava, numa gula sem igual, dos frutos no quintal de uma propriedade onde a gente parou.
gaturamo-de-barriga-branca (Euphonia minuta)
Teve um outro momento que preciso descrever, foi muita fofurice num "serumaninho" só. Na casa onde sempre
vamos, tem uma família de caseiros super legal. A gente estava indo até a beira
do riozinho quando vimos uma menininha chorando escondida atrás de uma árvore.
Seu pai e seu irmão já haviam tomado banho no rio e ela não. Conversamos com ela e entre soluços, ela nos explicou que não podia ir
sozinha, pois sua mãe ficaria brava. Então nós a acompanhamos em seu banho e ela
ficou muito feliz e nós também. Seu nome é Giovana e ela é uma bonequinha linda.
Espero que esta pequena tome gosto pelas aves e quando crescer, se torne uma excelente guia
como a Vanilce.
...o choro da Giovana...
...andando a pequenos passos, ela chegou até a refrescante água...
o banho de Giovana...
Demos mais alguns rolês na esperança de encontrar mais aves, só que não. No entanto, eu gostei do modelito numa entrada de sítio, acho que vou copiar para a próxima
festa. Repara só nos detalhes...Eh eh eh eh
"Oi, você vem sempre aqui?" rs rs rs
12/04/2016 - terça-feira
No dia seguinte fomos para Presidente Figueiredo, mais
precisamente para Balbina, um lugar que eu sempre repito: adoraria morar.
Antes de ir pra Balbina, passamos pela RPPN Cachoeira da
Onça, pagamos o ingresso e fomos andar na trilha, chegamos até ouvir o maú
(Perissocephalus tricolor), mas muito longe. Antes que despencasse a maior
chuva do mundo consegui fazer dois lifers, embora com foto apenas para registro pessoal. O uirapuru-de-garganta-preta
(Thamnomanes ardesiacus) foi um deles, ave que permaneceu o tempo todo no alto das copas das
enormes árvores amazônicas. Depois uma choquinha-de-barriga-parda
(Epinecrophylla gutturalis). Em relação a este registro, concordo com o Robson
Czaban. "É uma ave que se movimenta de forma frenética, tornando bem difícil
o registro. Quase sempre o foco sai errado."
Como a forte chuva que caía não passava nunca, resolvemos ir embora.
RPPN Cachoeira da Onça
Para compensar a ausência de passarinhos, o almoço foi
uma deliciosa tapioca no Café Priscila. Uma salgada e uma doce para a sobremesa e muito suco de cupuaçu...
Tapiocas no Café Priscila
Dali fomos para o Ramal de Mari-Mari e a chuva deu uma
trégua, apesar de permanecer bem nublado. Lugar que gostei muito. Ao chegar lá,
a Vanilce e o Luiz ouviram o barranqueiro-camurça (Automolus ochrolaemus).
Achamos ele num um único buraquinho, tive que me abaixar no último. Coitado dos
joelhos, mas pelo menos consegui focar mais ou menos o danado...nesse momento havíamos nos
encontrado com o Robson Czaban, que vinha em sentido contrário.
barranqueiro-camurça (Automolus ochrolaemus)
O Robson me mostrou
um belo lifer: o jacamaraçu (Jacameropsaureus), que estava pousado num fio. Vá
ser bonito assim noutro planeta...Daí fui chegando, chegando, chegando, sempre
fotografando, pensando que ele podia ir para um galho bacana perto do fio, só
que não, ele simplesmente se mandou. Mas do outro lado da estrada tinha uma linda pomba-amargosa (Patagioenas plumbea), e eu lembrei dos amigos Tietta e Fred, que adoram columbídeos.
jacamaraçu (Jacameropsaureus)
pomba-amargosa (Patagioenas plumbea)
Mas as emoções não pararam por aí, a gente queria
encontrar o raro anambé-fusco (Iodopleura fusca). E havia quatro deles, se
alimentando no alto, muito no alto, tipo no último andar da floresta, o céu
branco, nublado, um contraluz de doer os olhos. Fiz o que deu.
anambé-fusco (Iodopleura fusca)
Pensa que acabou? Não, os incansáveis guias queriam mais,
e não pensa que eu estava achando ruim kkkkkkkkkk. Ainda rolou bico-encarnado (Saltator
grossus), maria-fiteira (Lophotriccus vitiosus) - um milagre conseguir foco
nessa coisinha irrequieta e minúscula pulando no alto das copas. E depois um bando de curica-caica (Pyrilia caica) pousou por perto, mas estavam longe demais para uma foto decente. É um bicho
lindo de doer, mas são muito ariscas. Um dia eu volto para fazer um "melhoraifer".
maria-fiteira (Lophotriccus vitiosus)
curica-caica (Pyrilia caica)
Já voltando para me preparar para a corujada, deparamos com um bando de aracuã-pequeno (Ortalis motmot). Achamos que
ia ser moleza. Ô bandinho safado, assim que me viram, correram pra dentro da mata. Precisava tanto
medo? kkkkkkkk O máximo que consegui foi um passando a estrada que nem um raio,
só isso, nem postei...esse ficou me devendo e encabeça a lista negra de aves a
buscar na próxima ida pra lá. Dois anos seguidos, dois dribles. Taí algo
insuportável para um fotógrafo de aves, uma ave tirar ondinha com a sua cara tipo "ó, eu tô aqui,
fui!".
aracuã-pequeno (Ortalis motmot)
E para fechar o dia que começou mal, mas teve uma tarde esplendorosa,
tinha que ser uma noite especial. Logo depois de clicar um belo exemplar de
murucututu (Pulsatrix perspicillata), nada melhor do que um encontro com uma
coruja que faltava na minha lista. Agora eu posso dizer que vi e registrei a
tão esperada corujinha-orelhuda (Megascops watsonii). Impossível não se
emocionar, quando a sua 21ª espécie de coruja brasileira, dentre as 22
possíveis, está na sua frente, olhando pra você...Foi ... foi...ixi, nem
consigo explicar...talvez a palavra "arrebatador" caiba aqui.
murucututu (Pulsatrix perspicillata)
corujinha-orelhuda (Megascops watsonii)
13/04/2016 - quarta-feira
Hoje o dia foi na deliciosa Trilha da Sussuarana.
Começamos com uma arara-vermelha-grande (Ara chloropterus) nos avisando "em voz alta" que ali
era território dela. Clicamos um monte daqueles pequeninos choquinha-isso,
choquinha-aquilo, tipinhos que gostam de ficar embrenhados e/ou no alto das
copas.
arara-vermelha-grande (Ara chloropterus)
Mas o gostoso mesmo é quando uma ave bonita se apresenta fazendo Caras
& Bicos como foi a ariramba-de-bico-amarelo (Galbula albirostris). Pensa na
felicidade de um fotógrafo quando consegue melhorar uma espécie. A história é
assim: um dia você vai ao local e o bicho dificulta e a foto é só um registro pessoal,
meses depois você vai de novo, a ave facilita e o resultado fica mais que demais...
ariramba-de-bico-amarelo (Galbula albirostris)
Adoro também quando encontro um Buconídeo. Avistamos um
rapazinho-de-colar (Bucco capensis)..., que fofurinha, dava vontade de ficar só
olhando...parece mesmo um bichinho de pelúcia.
rapazinho-de-colar (Bucco capensis)
Logo em seguida demos de encontro com
formigas-de-correição. São formigas carnívoras, conhecidas por se organizarem
em expedições periódicas de milhares de indivíduos.. E você pensa logo numa mãe-de-taoca. E não é
ela que ela apareceu mesmo, ou melhor, quase apareceu. Só veio conferir e me
deixar numa sofrência só. As formigas vinham aos milhares em nossa direção, eu
tentando clicar a belezinha da mãe-de-taoca (talvez Gymnophytis rufigula), mas ela só se afastava. Enquanto
isso as formigas se aproximavam vorazmente, e subiam na bota, nas roupas, ferroando as pernas e me assustando muito. Não tem mãe-de-taoca que valha esse sofrimento.
formigas-de-correição
mãe-de-taoca (qual? não sei rs rs rs) - tá vendo ela ali? rs rs rs
Dava
agonia. O jeito foi contornar, mas o meu alvo desapareceu na floresta e me
deixou na mão...Mas pelo menos o arapaçu-da-taoca (Dendrocincla merula) eu
consegui.
arapaçu-da-taoca (Dendrocincla merula)
Após o almoço improvisado no meio da mata, resolvemos andar até uma deliciosa
cachoeira. As aves da Amazônia tem o dom de abdução após o almoço. Simplesmente
você não ouve um pio. Para não judiar muito, ainda surgiu uma novidade
bico-chato-de-rabo-vermelho (Ramphotrigon ruficauda). Fora isso, a trilha era
só silêncio.
E a gente andando, andando...calor insuportável, pés doloridos,
enfim, chegamos na cachoeira. Belíssima e pura tentação...dava vontade de pular
de cabeça. Ah! mas não vou tirar a roupa pra tomar banho não. Não mesmo? E toca tirar a bota para refrescar os pés. E em seguida, que tal um
pouquinho de água de cachoeira nos cabelos. Não foi suficiente? Que tal entrar
na água de roupa mesmo? Foi pura delícia! Um raro momento de relaxamento e
ausência de preocupação. E "bora" jogar conversa fora. Vontade de ir
embora?... nenhuma. Ah! Se não fossem as nuvens escuras se aproximando...
primeiro o pé
depois só a cabeça...
...quer saber? "simbora" lavar a alma...
... e ainda rolando papo feminino com direito à hidromassagem natural e tudo mais...faltou a cervejinha.
...mas não podia faltar selfie...
Olha a cara de felicidade da gente...
Daí, já com as energias renovadas, hora de arrumar as
tralhas e pegar o caminho de volta, pois uma tempestade se armava ao
longe...que ao longe nada, estava bem em cima da gente. Foi só começar a andar
que ela castigou. Caia baldes de água. Tivemos que colocar capa de chuva,
proteger equipamento. Detalhe: sobre a roupa totalmente molhada...Que
desconforto! E o carro não chegava nunca...ufa, nem acreditei quando chegamos
nele. Que aventura! Próxima vez eu levarei roupa de banho.
Voltamos para a Vila de Balbina, direto para o ponto dos
beija-flores. Mais um lifer se manifestou nas cercanias. Luiz e Vanilce
localizaram a choca-bate-cabo (Thamnophilus punctatus). Mas o show mesmo ficou
por conta do beija-flor-brilho-de-fogo (Topaza pella), dono absoluto do local. A segunda vez sempre é melhor! Agora consegui fazer foto decente e digna de sua beleza fenomenal. Que brilho!
Que bicho bonito!
choca-bate-cabo (Thamnophilus punctatus)
beija-flor-brilho-de-fogo (Topaza pella)
Entre aves, flores, borboletas e cogumelos encerramos o dia. E aí direto para a casa da D. Valda, onde nos esperava uma comidinha caseira para ninguém botar defeito. Com direito a wi-fi gratuito
no fundo do quintal...né, Vanilce? kkkkkkkkkkk
cogumelo que lembra casca de laranja
cogumelos
14/04/2016 - quinta-feira
Resolvemos voltar na Trilha da Cachoeira da Onça atrás do
maú. O portão que deveria abrir às 7 estava fechado, mas não havia nada nem
ninguém para vir abrir. Parecia estar fechado com cadeado. Um senhor que
veio buscar um material lá chegou e nos deixou entrar.
Embora tivéssemos ficado mais de uma hora esperando, não
foi um tempo perdido, pois enquanto aguardávamos, eu e Luiz Fernando atravessamos
a estrada em busca de uma vocalização que ele tinha ouvido. Foi quando eu
"filipei". Um garrinchão-coraia (Pheugopedius coraya) "dando
mole, no sol". Pensa na sorte grande, senti que ganhei na loteria ao
clicar esse bichinho. Quem conhece aves sabe o tanto que os bichos dessa
família são difíceis de sair no limpo.
garrinchão-coraia (Pheugopedius coraya)
garrinchão-coraia (Pheugopedius coraya)
Como não havia ninguém por perto para nos atender, fomos
direto para a trilha. Entre flores e lindos cogumelos chegamos a um bom ponto de aves. Logo de cara um macuru (Nonnula rubecula). Existiam
apenas dois registros para o Estado do Amazonas, este foi o terceiro e fiquei muito feliz
em encontrá-lo. Mais um pouco e consegui melhorar e muito o meu arapaçu-bico-de-cunha
(Glyphorynchus spirurus).
macuru (Nonnula rubecula)
arapaçu-bico-de-cunha (Glyphorynchus spirurus)
Gavião é sempre uma surpresa, se não for um ninho
conhecido, você nunca sabe quando o bicho vai surgir. E enquanto Luiz Fernando chamava o maú, a Vanilce ouviu e localizou pousado um gavião-de-cara-preta
(Leucopternis melanops). Bicho bonito! Foi uma festa!
gavião-de-cara-preta (Leucopternis melanops)
gavião-de-cara-preta (Leucopternis melanops)
E vamos nos concentrar no maú
(Perissocephalus tricolor). Minha segunda vez no Amazonas, e desta vez queria
realizar meu sonho desde que ouvi sua vocalização a primeira vez. No primeiro
dia que estivemos neste local, estava uma chuva só. Ouvimos ele muito longe.
Deixou gostinho de quero mais. Quando voltamos, depois de muito chamá-lo, nada,
nada...Desespero total. Aí passamos a ouvi-lo. Mas nada de vê-lo. Como só os
fracos desistem, entramos na mata, pra deleite dos micuins, que fizeram a festa,
e seguimos em direção ao som. Aí comecei a ver o vulto. Passava muito no alto e
no meio das copas, sempre se escondendo. Foto só borrão e de raspão, ou de bunda pra mim ...E de
repente, conseguimos ver e fotografar o bichinho no limpo, embora no alto!!!! Valeu Vanilce e Luiz Fernando. Foi D+++++!!!!!
Primeiro só um vulto...
E quando ele sai no limpo, pego foco, ele fica de costas pra mim...indecente! rs rs rs
Mas ainda tinha mais emoção, depois desse presentão tinha
que ter um espezinhado synallaxis para me atazanar a vida. Sabe aquele
buraquinho minúsculo, que você mal enxerga o que tem no meio...sim, esse tinha,
um bonitinho, pequenino e infernal synallaxis...ainda bem que eu acabei encontrando
ele bem no meio do buraquinho e clicando. Obrigada, joão-teneném-castanho
(Synallaxis rutilans), por ficar paradinho enquanto a minha câmera tentava enxergar você.
joão-teneném-castanho (Synallaxis rutilans)
Já passando da hora do almoço eu ainda registrei mais
dois da turminha dos marronzinhos e não estou falando dos guardas de trânsito
de São Paulo não kkkkkkkkk. São os arapaçus - arapaçu-de-bico-vermelho
(Hylexetastes perrotii) e arapaçu-assobiador (Xiphorhynchus pardalotus). Guia tem que ser muito bom de olhos e ouvidos mesmo, pois para mim os arapaçus são todos iguais...
arapaçu-assobiador (Xiphorhynchus pardalotus)
arapaçu-de-bico-vermelho (Hylexetastes perrotii)
Após um chato episódio com o gerente que nem vale a pena
mencionar, pois soube essa semana que ele foi demitido, fomos comemorar o maú e
demais lifers com uma deliciosa tapioca no Café Priscila.
De lá retornamos para Manaus, onde paramos numa ponte
para ver uns bichinhos. Surgiu um casal de pica-pau-barrado (Celeus undatus) se
alimentando. Muito lindos.
pica-pau-barrado (Celeus undatus)
Deste lugar só consigo lembrar do meu fracasso para
alimentar os peixinhos, né Vanilce...rindo sozinha aqui...Essa eu só conto
pessoalmente numa rodinha de bar kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Só posso dizer que meu
corpo amoleceu de tanto rir, eu me escorei na mureta da ponte e fui deslizando
até sentar no chão, sem forças para levantar. A gente olhava uma para a cara da
outra e se desmanchava em gargalhadas...chegando chorar de tanto rir...
foto feita em cima da ponte
Finalmente chegamos em Manaus, eu precisava passar no
MUSA para acertar o ingresso da segunda-feira, já que não tinha ninguém na
secretaria para receber. Eis que fui recebida na portaria pelo senhor...
falcão-de-peito-laranja (Falco deiroleucus). Esse fazia parte da dream-list. Foi emocionante, apesar de não ter muita luz, o céu estava azul, o bicho muito alto, mas fazendo pose. Eu observei mais
do que fotografei, pois era um sonho ver esse bicho. Ele estava arrumando as penas,
observando o local, para mim foi puro deleite.
falcão-de-peito-laranja (Falco deiroleucus)
15/04/2016 - sexta-feira
Último dia de passarinhada. Logo cedo fomos para
Manacapuru. É um ramal muito legal, e sempre traz surpresas festivas. Fiz lindas fotos do besourão-de-bico-grande (Phaethornis
malaris). Parece até que o bico acendeu...
besourão-de-bico-grande (Phaethornis malaris)
O cantador-amarelo (Hypocnemis
hypoxantha) estava passando por ali e quase pousou na minha mão. Foi um belo
"melhoraifer".
cantador-amarelo (Hypocnemis hypoxantha)
Agora fazer um lifer, com foto bonita, é um prazer
inexplicável pra quem não é fotógrafo. E esse casal de formigueiro-de-cara-preta
(Myrmoborus myotherinus) facilitou.
Ainda vimos um bandinho de periquito-de-asa-dourada
(Brotogeris chrysoptera) sendo observados no alto por um Cauré (Falco rufigularis), louco para
garantir seu jantar. Ainda bem que eles sabem se camuflar...quase que nem eu
conseguia achá-los.
periquito-de-asa-dourada (Brotogeris chrysoptera)
Dali seguimos para a várzea de Iranduba, onde ficamos
algumas horas. Tem bichinho que dá gosto fotografar. Alguns realmente
colaboram. Esse ferreirinho-estriado (Todirostrum maculatum) estava a fim de
ser capa. Deu até um ensaio...
ferreirinho-estriado (Todirostrum maculatum)
ferreirinho-estriado (Todirostrum maculatum)
Ver um socó-boi (Tigrisoma lineatum) já é legal, mas
vê-lo caminhar sobre as vitórias-régias (Victoria amazonica), planta que
alimentou a minha infância com histórias do nosso folclore como a Iara, mãe d'água,
não tem preço.
socó-boi (Tigrisoma lineatum)
Conseguimos ver o joãozinho (Furnarius minor) bem de pertinho.
Melhorando o registro, sempre.
joãozinho (Furnarius minor)
Aí quem aparece para encerrar o dia? Um
joão-de-peito-escuro (Synallaxis albigularis). Esse deu trabalho...mas consegui
pelo menos um registro. Vou fazer reclamação ao sindicato das aves sobre o
comportamento dos synallaxis. Eles vieram à Terra para azucrinar a vida dos
fotógrafos de aves... kkkkkkk. O Robson Czaban disse que o sindicato vai
argumentar comigo pois, apesar das dificuldades, eu consegui 100% dos
Synallaxis da região: propinqua e albigularis na várzea, rutilans na floresta e
gujanensis na capoeira.
joão-de-peito-escuro (Synallaxis albigularis)
No final da tarde fomos ao INPA visitar o Mario Cohn-Haft.
Eu não o conhecia pessoalmente, mas já o admirava pelo seu conhecido trabalho
com as aves. Foi emocionante esse contato ao vivo e à cores. Ele teve o maior
trabalhão de me mostrar todo o seu aparato de trabalho, inclusive as aves
coletadas na Serra da Mocidade/RR. Na oportunidade, conheci pessoalmente o até então amigo virtual Thiago Laranjeiras. Vai ter passarinhada em breve né Thiago?
Só
faltou uma cervejinha para fechar o dia. Tá me devendo essa, heim Mário?!!!
Luiz Fernando, Eu, Mário, Vanilce e Thiago Laranjeiras
Luiz Fernando, Eu, Mário, Vanilce e Thiago Laranjeiras
Segurando o passarinho da coleção
Eu e Mário
16/04/2016 - sábado
Dia de vir pra casa. Sempre um misto de tristeza e
alegria. Alegria por retornar ao lar e tristeza pelo fim de mais uma expedição.
Posso dizer com certeza que foi uma das minhas melhores viagens e uma
experiência única. Acho que teria sido diferente se eu tivesse viajado sozinha mas não contasse com a companhia e o carinho dos amigos Vanilce e Luiz
Fernando. Eu me senti em família, principalmente na casa da D. Valda, mãe da
Vanilce. Essa é a parte mais valiosa da viagem toda.
Quanto à competência dos
dois como guia, nem preciso falar nada, pois quando fui em 2015 pela primeira
vez, fiz 64 lifers e nessa agora fiz 46, sem contar as inúmeras melhorias de
fotos. Fecho meus olhos e escuto a Vanilce dizendo, abaixa mais
um pouquinho, ali, ali, ali ó e apontava o laser para um minúsculo buraquinho.
E o Luiz então, que nunca me deixou desistir de um synallaxis. Os dois unidos procurando sempre colocar as raridades na frente dos meus olhos. Tem melhor que isso? Só "dois isso"!!!!
Amizade: o bem mais precioso do ser humano
O Amazonas é um Estado muito rico em avifauna, quase
metade das espécies do Brasil ocorre nele. Ainda tenho chances de fazer 244
novas espécies lá, por isso pretendo voltar muitas e muitas vezes, não só pelas
aves, mas por ser um lugar que meu espírito se sente em paz, com pessoas que me
fazem bem, com belezas que enchem meus olhos e minhas lentes de alegria. E sem
falar que eu adorooooo as comidas regionais, os sucos e sorvetes que só tem por
lá!
Da próxima vez, vou seguir os conselhos do Robson Czaban
(#Robsonsemface): "Vendo seu percurso por aqui, eu sugiro que na próxima
vez você visite a margem direita do rio Madeira."
Não é mesmo, Vanilce e Luiz
Fernando. Já podem ir preparando o novo roteiro.
Quem quiser conhecer todas as aves fotografadas é só acessar o Meu Perfil no site Wikiaves.
Parabéns Silvia e ao trabalho dos guias Vanilce e Luiz Fernando !!! Belíssimo relato e fotos. Aos poucos vou conhecendo as espécies de cada estado do Brasil. Muito obrigada por compartilhar as dicas e essas fotos maravilhosas.
Nossa...que lista!!! Parabéns Silvia!!!!
ResponderExcluirObrigada Hilton. Eu recomendo.
ExcluirParabéns é pouco. Que Deus continue abençoando a tua vida.
ResponderExcluirJoão Alberto Ferreira Matos
Que viagem, em todos os sentidos, inclusive para quem percorre teu blog.
ResponderExcluirNão dá vontade de parar de ler e curtir essa bela passarinhada! Parabéns!
ResponderExcluirLindo relato e fotos de tirar o fôlego!! Parabéns Silvia!!
ResponderExcluirParabéns Silvia e ao trabalho dos guias Vanilce e Luiz Fernando !!! Belíssimo relato e fotos. Aos poucos vou conhecendo as espécies de cada estado do Brasil. Muito obrigada por compartilhar as dicas e essas fotos maravilhosas.
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